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Olhar atento e diálogo são formas de prevenir abuso sexual infantil

"Precisamos manter a vigilância quanto os casos de violência que estamos registrando diariamente, mas também estarmos atentos as violências que estão debaixo do nosso nariz e não nos damos conta.

Por Da Redação

18/05/2023 às 21:18:49 - Atualizado há

"A violência contra a criança e adolescente é muito íntima. Ela ocorre dentro de casa, dentro de lugares em que as crianças e os adolescentes deveriam encontrar conforto e não encontram", lembra a juíza da Vara da Família, Infância de Juventude de Pato Branco, Franciele Estela Albergoni de Souza Vairich ao completar que pelo fato de não ser uma violência que todo mundo enxerga, se torna ainda mais importante a formação de uma rede de proteção forte, que esteja preparada para receber as vítimas de violência.

A juíza, assim como Gabriela, não acredita que estejam ocorrendo aumentos de casos de violência, mas sim, aumento de notificações, ou seja, a rede de proteção está sendo mais eficiente, por segundo Franciele ser ampla, contudo, ela adverte que ainda faltam pessoas para garantir ainda mais a proteção. "Estimamos que mais de 80% dos casos ainda não são notificados. Então, se não tivermos o auxílio da população, do vizinho, do amigo que perceba alguma coisa diferente, da professora, vamos continuar perpetuando a violência. Essa violência tão atroz que rouba a infância das nossas crianças."

A juíza também chama a atenção a outros tipos de violência que passaram a acontecer com maior frequência nas últimas décadas. Precisamos manter a vigilância quanto os casos de violência que estamos registrando diariamente, mas também estarmos atentos as violências que estão debaixo do nosso nariz e não nos damos conta. Bulling, cyberbullyng, violência institucional acontecem diariamente e não estamos atendendo corretamente".

Com relação aos crimes cibernéticos, Franciele lembra que crianças fazem uso das redes sociais, e alerta, "os pais, a nossa geração não sabe ensinar os filhos a se defender deste tipo de violência. E quando negligenciamos, isso aumenta a violência nas escolas, e este é um grande desafio que temos hoje, focar sim na violência que acontece no ambiente familiar e que acabamos atendendo uma população mais vulnerável, mas também focar em um outro tipo de violência que é muito mais sofisticado, sobre as quais ainda não nos debatemos e não temos nenhuma arma para combatê-la".

Rede de proteção

Quando crianças e adolescentes são vítimas de qualquer tipo de abuso ou têm seus direitos violados, o Conselho Tutelar é acionado. Este é um dos elos da chamada rede de proteção, do qual também integra o ambiente escolar.

Para a secretária de Educação e Cultura de Pato Branco, Jusara Santos Ritzmann, ampliar o debate é de suma importância. Ela lembra que, por ser no ambiente escolar o local onda as crianças passam boa parte do dia, professores acabam por perceber as mudanças de comportamento, e que através das abordagens pode haver a proteção destas crianças.

Conforme Jusara quanto mais cedo for descoberto que uma criança é vítima de violência, "[mais cedo] ela passa a ser cuidada, protegida e [evitando] males futuros."

Por sua vez, a secretária de Assistência Social, Márcia Vendrusculo Corti destaca como importante a união de esforços no combate a violência infantil. "Os números são alarmantes, crianças e adolescentes são violentadas por pessoas que deveriam estar protegendo elas", lembra a secretária ao recordar que muitas das violências são cometidas por pessoas que possuem laços familiares com as vítimas. Márcia lembra que é importante que é fundamental o entendimento de que ao ser violentada a criança e adolescente são vítimas e precisam de apoio.

O delegado-chefe da 5ª Subdivisão Policial (SDP), Helder Lauria, lembra que muitos são os registros de estupro de vulnerável recebidos pela Polícia Civil em Pato Branco, no caso das meninas pela Delegacia da Mulher e dos meninos na sede da subdivisão.

Lauria acrescenta que mais do que um mês de combate à violência, o Maio Laranja deve servir para a conscientização contra crimes descrito por ele como "bárbaro que vitimiza a criança e o adolescentes criando marcas para a vida toda."

A delegada da Keila Mafioletti, que coordena o trabalho da delegacia especializada a Mulher em Pato Branco, repassou dados aos entes de apoio a crianças e adolescentes na ação do Largo da Liberdade, também enfatiza a importância da proteção.

A delegada lamentou que atualmente existem novas formas de abuso, dando ênfase ao "estupro virtual, a própria violência institucional em si em relação a essas vítimas. Então nós buscamos fazer todo um atendimento especializado e nos aperfeiçoarmos dia a dia para atendermos a essas novas demandas."

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