Grande Curitiba Denúncia

Professora vai seminua a mercado de Curitiba após afirmar ter sido vítima de racismo

Caso aconteceu dentro do mercado Atacadão, na Avenida Presidente Wenceslau Braz, no bairro Portão, em Curitiba

Por Nosso Dia

10/04/2023 às 12:07:09 - Atualizado há

A professora universitária Isabel Oliveira fez compras seminua na última sexta-feira (7), em uma forma de protesto, após alegar ter sido vítima de racismo dentro do mercado Atacadão, na Avenida Presidente Wenceslau Braz, no bairro Portão, em Curitiba. Isabel alega que, no mesmo dia, foi seguida por um segurança durante todo o périodo de compra. Por meio de nota, o estabelecimento afirmou que todas as câmeras foram verificadas e que não houve erro na abordagem por parte do funcionário.

Isabel, que também é atriz, contou ao Portal Nosso Dia que foi ao mercado por volta das 12h30 fazer compras, quando se sentiu seguida por um segurança. "Estava com uma bolsa e resolvi olhar no celular a marca de um suco de uva e eu percebi que tinha um segurança, o que não é surpresa quando você é preta. Passei por três gondolas e ele continuava me olhando, tentando disfarçar. Perguntei se eu estava representando ameaça de perda e dano para a loja, que era a camisa que ele usava. Ele negou e eu disse: 'você não está cuidando da loja inteira, mas apenas de mim'. Não ia admitir ser tratada como um animal", afirmou.


Neste momento, a professora ligou 190 e a atendente da Polícia Militar afirmou que não mandaria viatura por uma 'simples perseguição'. "Uma funcionária pediu para eu ficar mais calma e eu peguei o telefone e outra cliente veio me ajudar. Liguei no 190 pedi uma viatura, porque estava sendo perseguida. Ela falou que não se configurava racismo e eu entendi que a polícia não iria me ajudar. A gerente disse que pediria desculpas e eu pedi os dados do funcionários e ela falou que não poderia me passar", disse. Confira abaixo vídeo que a professora fez logo após sair do mercado e do protesto em seguida:


Então, após uma conversa com o marido, já em casa, ela teve a ideia de retornar ao mercado apenas de calcinha e sutiã. "Fiquei em casa pensando como eu poderia dar uma resposta, por não poder andar pelo mercado. Eu sou professora, atriz, primeira pesquisadora negra da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) e eu não posso fingir que isso não aconteceu e me colocar somente com a fragilidade. A resposta que eu resolvi dar foi tirar a minha roupa e ir até a gondola onde eu estava comprando e mostrar que isso não vai ficar impune, que corpos negros sejam alvo de investigação ou bala perdida", pontuou.


Agora, a professora afirmou que continuará a lutar por meio da arte e da sala de aula. "Quero desnaturalizar essa desumanização dos corpos pretos. Tirar eles do que é negativo e eu faço isso diariamente. Entrar em um mercado com a possibilidade de não ser perseguido por ninguém, mostrando que a gente é muito mais que a dor", salientou.


Confira o posicionamento do Atacadão sobre o caso:

A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes.

Fonte: Nosso Dia
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