Trio trabalha junto pela primeira vez na edição de 2023 do evento. Desafio foi chegar ao conjunto de 32 espetáculos da Mostra Lúcia Camargo. Festival começa no dia 27 de março. Guairão receberá parte das peças da Mostra Lúcia Camargo
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O trabalho de produção de uma edição do Festival de Curitiba começa assim que a anterior termina. São meses de estudo, planejamento, até a definição, por exemplo, das peças a ser exibidas.
O braço principal do festival é a Mostra Lúcia Camargo, que na edição de 2023 conta com 32 espetáculos. As peças foram escolhidas por um grupo de curadores, que assistiu cerca de 200 obras em apenas quatro meses.
“Toda curadoria é filha de um tempo, de um lugar, de um contexto político e social”, afirma no guia do evento o trio de curadores da 31ª edição do festival.
É a primeira vez que os três trabalham juntos em uma curadoria: a produtora, gestora cultural e pesquisadora Daniele Sampaio; a atriz, dramaturga e produtora Giovana Soar e o professor de Filosofia, crítico e dramaturgo Patrick Pessoa.
Daniele Sampaio, Patrick Pessoa e Giovana Soar: os curadores
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Confira a programação completa do festival
O trabalho de seleção dos espetáculos começou em agosto de 2022, por conta de mudanças de última hora na equipe.
“Nosso trabalho teve início em um Brasil e terminou em outro”, afirma Daniele.
A pandemia fez com que muitos trabalhos ficassem represados. O próprio festival realizou duas edições virtuais durante a crise sanitária, voltando aos palcos em março do ano passado.
“Não deixar que os espetáculos morram, que sejam esquecidos ou engavetados também é tarefa de um curador. Fazer essa seleção da Mostra Lúcia Camargo não foi nada fácil, queria ter podido escolher, pelo menos, 50 trabalhos, mas só 32 foram possíveis. Muita coisa boa ficou de fora”, explica Giovana.
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A logística do festival, a disponibilidade dos espaços, a verba, os prazos são fatores que interferem neste processo. Os três curadores assistiram, presencialmente ou em vídeo, todos os espetáculos candidatos à mostra oficial.
“Ser espectador, neste caso, é determinante. Por ano, creio que assistimos em média mais de 100 espetáculos, fizemos uma verdadeira maratona no festival”, afirma Patrick.
Mas como escolher?
O curador explica que, à medida em que iam discutindo e fazendo uma pré-seleção das peças, o trio ia afinando as ideias.
“O pensamento e o discurso desta curadoria não estavam formados, foram surgindo com a escuta e a interlocução da equipe, que se afinou facilmente. Nem o ineditismo nem a novidade foram critérios para esta edição”, afirma Patrick.
Daniele conta que não escolheram apenas os trabalhos pelos quais tinham uma preferência, mas pela potência que carregam.
“Não curamos para nós, mas para o público, para os espaços, para o momento do país, com o intuito de expandir o que se pensa sobre o teatro”, explica.
Hoje, o Festival de Curitiba é considerado um dos maiores eventos das artes cênicas da América Latina. Assim, o desafio dos curadores vai além de selecionar espetáculos.
Os curadores se preocupam também com a formação de público, de novos artistas, com a formação dos artistas locais e com as possibilidades de reverberação do evento, mesmo depois que ele termina.
“Levamos em conta a necessidade de buscar uma maior representatividade racial e também de gênero na programação, assim como um equilíbrio entre peças de maior e menor porte, com mais e menos recursos, elencos maiores e menores”, diz Patrick.
Serviço:
O que? 31º Festival de Curitiba
Quando? De 27 de março a 9 de abril de 2023
Preço: Os ingressos vão de R$ 0 até R$80 (mais taxas administrativas).
Ingressos: podem ser comprados no site do festival e na bilheteria física exclusiva do Shopping Mueller (piso L3), de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.
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