PolĂ­tica

Comissões do Senado elegem seus presidentes e retomam os trabalhos

Por Senado Federal

09/03/2023 às 00:07:22 - Atualizado hĂĄ
Senado Federal

Treze das 14 comissões permanentes do Senado elegeram nesta quarta-feira (8) seus presidentes. A eleição dos presidentes das comissões marca o inĂ­cio dos trabalhos dos colegiados. A definição de alguns vice-presidentes ainda ficou pendente e deve acontecer nas próximas reuniões. As escolhas dos presidentes geraram protestos de senadores oposicionistas, que consideraram a distribuição injusta.

Tradicionalmente, a ordem de escolha das presidĂȘncias segue a proporcionalidade das bancadas de blocos e partidos. A maior delas é a do bloco Democracia (MDB, União Brasil, Podemos, PDT, PSDB e Rede), que conta com 30 senadores. O segundo é o ResistĂȘncia DemocrĂĄtica (PSD, PT e PSB), com 28 parlamentares. O terceiro maior bloco é o Vanguarda (PL, PP, Republicanos e Novo), com 23 senadores.

Integrantes do bloco Vanguarda protestaram em vĂĄrias reuniões para a eleição dos presidentes dos colegiados e se abstiveram de votar. Nas reuniões da Comissão de Educação (CE) e da Comissão de Relações Exteriores (CRE), o lĂ­der do PL, senador Carlos Portinho (PL-RJ), registrou sua insatisfação pelo fato de o bloco não ter conquistado nenhuma vaga nas presidĂȘncias.

Ele citou a Constituição que determina que, na constituição das Mesas e de cada comissão, é assegurada, tanto quanto possĂ­vel, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

— Cumpre registrar que o termo "tanto quanto possĂ­vel" é para garantir que, havendo um nĂșmero maior de partidos ou bloco do que o nĂșmero de comissões, não serĂĄ possĂ­vel a distribuição observando a proporcionalidade, mas não é o caso. Hoje, o nosso bloco é o terceiro maior desta Casa, o que lhe garantiria, pela proporcionalidade, direito à presidĂȘncia de quatro comissões, conforme o cĂĄlculo — ressaltou.

Protesto semelhante foi feito pelo lĂ­der da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RJ), em comissões e também em entrevista coletiva após as eleições. Ele firmou que a oposição preferiu não participar do processo porque a regra da proporcionalidade, apesar de ter sido considerada na composição das comissões, não foi respeitada nas presidĂȘncias.

— Nós vamos aguardar os desdobramentos das conversas que estão sendo feitas para verificar se hĂĄ alguma alguma possibilidade de negociação. A nossa posição ficou clara por ocasião da votação — disse Marinho, ao informar que hĂĄ uma reunião marcada para esta quinta-feira (9) na PresidĂȘncia do Senado. Ele não confirmou se algumas das vice-presidĂȘncias que ainda não foram definidas podem ficar com o bloco Vanguarda.

Escolha

Também em diversas comissões, senadores dos outros blocos contestaram as falas dos integrantes do bloco Vanguarda. Segundo o Regimento Interno do Senado, o presidente de uma comissão deve ser eleito por seus membros em votação secreta. Na maioria das vezes, porém, as lideranças partidĂĄrias decidem esses nomes em acordos, respeitando a proporcionalidade entre as bancadas.

Os membros das comissões, tradicionalmente, referendam essas escolhas, mas nada impede o surgimento de outros candidatos e a disputa no voto, o que não ocorreu. As eleições se deram com chapas Ășnicas, sem o registro de outros candidatos pelo bloco Vanguarda.

Na CE e na CRE, o lĂ­der do PDT, senador Cid Gomes (PDT-CE), afirmou que que o bloco Vanguarda optou por não participar de um "esforço eclético, amplo, de entendimento" em torno da eleição para a Mesa do Senado. Assim, segundo o senador, não é razoĂĄvel que o bloco almeje a presidĂȘncia de comissões. Ele lembrou que o bloco Vanguarda tem participação assegurada em todas as comissões da Casa.

— O bloco parlamentar Vanguarda resolveu não participar de um esforço de uma Mesa eclética, porque a Mesa é a baliza de todas as direções, e as comissões são uma sequĂȘncia disso, uma sequĂȘncia natural. Então, no momento em que o bloco não participou da presidĂȘncia que, na Mesa, é o principal cargo, isso fez com que se entendesse que eles estavam fora da disputa pelos demais órgãos de direção — explicou.

O lĂ­der do PSD, senador Otto Alencar (PSD-BA), também afirmou que o embate na eleição para a PresidĂȘncia do Senado fez com que os dois blocos que apoiaram a eleição do presidente Rodrigo Pacheco pudessem indicar os presidentes das comissões.

— Isso foi decidido com os blocos Democracia e ResistĂȘncia DemocrĂĄtica. Essa decisão coletiva não pode ser revogada por uma decisão de ordem pessoal — opinou.

Trabalhos

Com as eleições dos presidentes, os colegiados agora retomam os trabalhos. Além da anĂĄlise prévia de todos os projetos que tramitam pelo Senado, as comissões fiscalizam o trabalho do Poder Executivo, acompanham a execução de polĂ­ticas pĂșblicas e propõem emendas ao Orçamento da União.

No total, são 14 comissões permanentes, 13 delas com presidentes eleitos. Falta apenas a Comissão Senado do Futuro (CSF), que pode ser alterada para dar origem a outro colegiado para defender o Estado democrĂĄtico de direito.

— A comissão que foi criada mais recentemente foi a Comissão de Segurança PĂșblica. Era uma distorção não termos uma comissão de segurança no Senado. Agora eu tenho uma proposta que é a transformação da Comissão Senado do Futuro em uma comissão permanente de defesa do Estado democrĂĄtico de direto. Eu considero muito importante que haja a permanente vigilância do Senado depois de tudo que aconteceu — afirmou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em fevereiro.

Eleitos nas comissões permanentes nesta terça-feira:

Comissão

Presidente

Vice-presidente

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)

Vanderlan Cardoso
(PSD-GO)

A definir

Comissão de Assuntos Sociais (CAS)

Humberto Costa
(PT-PE)

Mara Gabrilli
(PSD-SP)

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

Davi Alcolumbre
(União-AP)

A definir

Comissão de CiĂȘncia e Tecnologia (CCT)

Carlos Viana
(Podemos-MG)

A definir

Comissão de Direitos Humanos (CDH)

Paulo Paim
(PT-RS)

Zenaide Maia
(PSD-RN)

Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR)

Marcelo Castro
(MDB-PI)

Cid Gomes
(PDT-CE)

Comissão de Educação (CE)

FlĂĄvio Arns
(PSB-PR)

Cid Gomes
(PDT-CE)

Comissão de Infraestrutura (CI)

ConfĂșcio Moura
(MDB-RO)

A definir

Comissão de Meio Ambiente (CMA)

Leila Barros
(PDT-DF)

Fabiano Contarato
(PT-ES)

Comissão de Agricultura (CRA)

Soraya Thronicke
(União-MS)

A definir

Comissão de Relações Exteriores (CRE)

Renan Calheiros
(MDB-AL)

A definir

Comissão Senado do Futuro (CSF)

A definir

A definir

Comissão de Segurança PĂșblica (CSP)

Sérgio Petecão
(PSD-AC)

Jorge Kajuru
(PSB-GO)

Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC)

Omar Aziz
(PSD-AM)

A definir

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