Júri de caso Ana Campestrini tem embate entre defesa de réu e delegada que apurou crime

Tathiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi arrolada como testemunha pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por ter trabalhado sobre o caso desde o início. Várias perguntas sobre a investigação foram feitas pela promotoria.

Em meio ao depoimento, o advogado de defesa dos réus interrompeu a fala da delegada para protestar, quando Tathiana mencionou, entre outros detalhes da vida do casal, que Ana Paula "não queria mais estar com Wagner".

"Há muita subjetividade, muita opinião pessoal. Creio que não podemos transformar isso aqui numa terapia de grupo. É uma audição de testemunha e não uma terapia de grupo",

reclamou o advogado.

"Desculpe, não estou dando opinião pessoal", defendeu-se a delegada.

Discussão

Antes mesmo do início do depoimento da delegada, Assad já havia questionado a presença da profissional como testemunha no júri, em uma discussão que durou dez minutos.

"Indago se é necessário ouvir a delegada, já que tudo que ela fez está nos autos. Ouvir como testemunha está fora do padrão, porque ela não presenciou o crime. Se for para ouvir, não seria como informante? Ela trabalhou na causa, como nós trabalhamos", perguntou.

A promotora Ticiane Pereira, do MPPR argumentou que a condição de ser ouvida como testemunha não teria a ver com qualquer interesse na causa e que a presença da delegada nunca foi questionada antes.

"Não houve qualquer tipo de impugnação da defesa quanto ao arrolamento da doutora Tathiana em tempo hábil. Então, causa estranheza uma impugnação vir neste momento", disse.

O júri

O júri dos acusados de terem envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini, assassinada no dia 22 de junho de 2021, começou às 9h desta quinta-feira (23), no Tribunal de Júri de Curitiba. A vítima foi morta a tiros quando chegava em sua residência, no bairro Santa Cândida, na capital. Ela deixou três filhos, de 9, 11 e 16 anos.

Assista ao júri, ao vivo: