Bolsonaro sai em defesa de Pazuello e minimiza denúncias de corrupção

Minutos depois de ter saído do Hospital Vila Nova Star em São Paulo, Jair Bolsonaro usou a entrevista coletiva para defender o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e o coronel Elcio Franco, ambos denunciados na CPI da Pandemia por corrupção na compra de vacinas contra Covid-19.

Bolsonaro responsabilizou os lobistas e disse que "lá em Brasília não falta gente tentando vender lote na lua" e "quando fala em propina, é pelado dentro da piscina".

Na última sexta, 16, a Folha mostrou um vídeo de uma reunião que mostra Pazuello prometendo a um grupo de atravessadores a compra de um lote de vacinas que foram oferecidos ao Governo Bolsonaro pelo triplo do preço do Instituto Butantan.

"O Élcio Franco (coronel e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde) trabalhou muito bem nessa questão, não tem um centavo nosso despendido com essas pessoas que foram lá vender vacina", disse Bolsonaro.

"Se chega alguém com um papo de "ó, tem vacina aí", ele diz "nem dar bola para o cara". "Brasília é o paraíso dos lobistas, dos espertalhões. Ou não é?", perguntou. Ele também disse que se fosse ministro, "teria apertado a mão daqueles caras todos".

"Ele não estava sentado à mesa. Geralmente, tira fotografia sentado na mesa negociando. E se fosse propina não dava entrevista, meu Deus do céu, não faria aquele vídeo. Dá para você entender isso aí?"

"Todos vocês da mídia nos pressionavam por vacinas, então muitas pessoas foram recebidas lá no ministério", afirmou. "Se você ver o próprio traje do Pazuello, ele tá sem paletó, aquele pessoal se reuniu com o diretor responsável por possíveis compras no ministério, e na saída ele conversou com o pessoal".

"Agora, aquele vídeo? Se fosse algo secreto, negociado superfaturado, ele estaria dando entrevista, meu Deus do céu? Ou estaria escondidinho lá no porão do ministério? É só analisar isso aí".