Diagnosticada com ELA, escritora curitibana pede ajuda

A reportagem da Banda B conversou com Maria, que nos contou sua história de forma mais detalhada. Em 2012, após receber o diagnóstico da ELA, a mulher explicou que os primeiros sintomas já haviam se manifestado há mais de um ano e meio e, pela lógica, teria mais "três anos e meio".

Isto devido a uma fala do médico que identificou a doença por meio dos exames, afirmando que a advogada só teria mais "cinco anos de vida".

Eu recebi uma sentença de morte sem ter cometido crime algum. E mais, já que descobri que meus últimos anos de vida seriam dentro do meu próprio corpo, totalmente imóvel. Naquela época, meu filho só tinha 12 anos. Então pedi a Deus para que pudesse vê-lo formado e empregado, prometendo a mim mesma que jamais me entregaria. Passei por muitos momentos difíceis até chegar aqui, mas venci.

Maria Lucia Wood Saldanha, em entrevista à Banda B.

Após se formar, o filho de Maria foi contratado por uma empresa de navegação. De acordo com a mãe, ambos amam o mar.

Além de "encaminhar meu filho", escrevi dois livros cujas rendas foram revertidas integralmente para uma associação que presta assistencialismo a pacientes de ELA. Atualmente, ainda escrevo semanalmente e voluntariamente para um jornal aqui de Curitiba.

Maria Lucia Wood Saldanha, em entrevista à Banda B.

Quadro clínico atual de Maria

Maria, hoje, está completamente imóvel. Os únicos músculos que consegue mexer são alguns do rosto, além de piscar os olhos. A alimentação da escritora é feita por meio de uma sonda de gastrostomia e a respiração é feita com o auxílio de um ventilador mecânico.

Diante da situação, a vaquinha é feita no sentido de arrecadar recursos para a contratação de três profissionais (uma cuidadora e duas técnicas de enfermagem) para que a auxiliem neste travessia de navio, cujos destinos não foram revelados.

Até a publicação desta reportagem (09h11), a vaquinha precisava de pouco menos de R$ 2 mil para atingir o objetivo da escritora curitibana diagnostica com Esclerose Lateral Amiotrófica.

Isso requer um custo, que não tenho como arcar, pois eu só recebo a aposentadoria do INSS. Então, criei uma vaquinha online a fim de arrecadar os R$ 40 mil para pagar o cruzeiro e as passagens aéreas de volta, tanto a mim, como para as três profissionais. Meu filho pagará os próprios gastos. Já quase atingi a meta, porém será insuficiente. Isto porque, tanto o valor do cruzeiro, como o valor das passagens aéreas, subiram. Além disso, também considero os passeios nos locais onde o navio irá parar e o transporte até Santos (cidade do litoral paulista). Quem puder contribuir, desde já, agradeço.

Maria Lucia Wood Saldanha, em entrevista à Banda B.