Pintor suspeito de ameaçar condômino é preso em Curitiba

Um pintor suspeito de cobrar um morador de um condomínio no bairro Rebouças, em Curitiba, se utilizando de várias ameaças com uma arma de brinquedo e em nome de uma advogada, foi preso na noite desta quarta-feira (11). A Banda B teve acesso a áudios com as falas que teriam sido feitas pelo homem de 45 anos (escute abaixo). Por sua vez, a mulher deu sua versão à reportagem, negou qualquer relação com o pintor e supostas cobranças que teriam sido feitas por ele em seu nome.

O condômino que alega ter sido ameaçado pelo pintor conversou com a Banda B. Segundo ele, as ameaças eram feitas a si e a sua família. No entanto, foi nesta quarta que veio o estopim do caso.

Em determinado momento do dia, conforme dito pelo rapaz, que não será identificado, o pintor teria pegado uma arma, que é de airsoft, para usar contra ele no momento em que chegasse em casa.

"Meu vizinho viu e ligou para o 190. Houve a abordagem da Rone, que conseguiu pegar a arma. A gente fica com medo porque não sabemos se é uma arma de brinquedo ou não. Peguei minha cunhada, uma criança de cinco anos e saí as pressas. Creio [que as ameaças] foi a mando da dona do apartamento onde eu morava. Tenho problemas judiciais, que estão sendo resolvidos, mas, mesmo assim, ela passa meu contato a terceiros e os manda a me coagir, cobrando valores", falou ele.

Abaixo, escute o áudio com as supostas ameaças feitas pelo pintor.

Sobre a situação, o sargento Souza, das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), explicou que as equipes foram até o condomínio após receberem a denúncia das "ameaças feitas com arma de fogo".

Os policiais foram até o local e encontraram o pintor, que confirmou o desentendimento e apresentou a arma de airsoft.

"O questionamos sobre a situação e ele nos disse haver guardado a arma em um dos apartamentos, que se encontra em reforma. Fomos até o local e encontramos a arma em uma mochila. A vítima, por sua vez, se deslocou até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao pintor e orientamos todos que comparecessem ao local", explicou.

Souza também falou sobre a suposta relação entre o pintor e a advogada. Ele disse à Banda B que a proprietária do imóvel confirmou que o pintor trabalha para ela.

"E, esporadicamente, ele realiza cobranças em favor dela (?). Ela deve procurar os caminhos legais e não contratar ou fazer um acordo com um pintor para ameaçar as pessoas", finalizou o policial do Bope.

Todos foram conduzidos à Central de Flagrantes de Curitiba.

O outro lado

A advogada, em entrevista a Banda B, negou possuir qualquer relação de pedidos de cobrança com o pintor. Ela afirmou que é responsável por alugar e administrar os apartamentos do condomínio, que seria da família do marido, e também contratou o profissional para realizar serviços de segurança e de pintura na residência.

A arma de airsoft que seria do pintor e foi apreendida pela polícia em Curitiba. Foto: Cristiano Vaz/Banda B

Além disso, ela confirmou que possui processos judiciais em andamento contra o morador, que a acusa de usar o pintor para ameaçá-lo.

"O pintor, de boa vontade, ligou para a advogada do inquilino e se propôs a pintar o apartamento (?). O interesse dele seria fazer o reparo e ganhar o sustento do seu trabalho. E hoje, o inquilino discutiu com o pintor e sua esposa, que também estava pintando o apartamento. O rapaz, embora seja um trabalho temporário, também tem autorização para pegar serviços nos prédios, que sejam a melhorias", iniciou ela.

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Sobre a questão da arma, a advogada disse que pelo fato do pintor também ser vigilante, ele comprou a arma de airsoft e a deixou em um apartamento, que estaria desocupado.

"Não é crime ter arma de airsoft, não estava na posse dele. Tenho câmeras e imagens (?), e não existe ameaça. Não tenho nenhuma relação com o pintor, que, na verdade, só queria executar um trabalho e tem autorização. De nossa parte, não existe ameaça", finalizou a advogada, que também não será identificada, à Banda B.

Esposa do pintor

A esposa do pintor também falou com a reportagem e reforçou estar trabalhando com o marido, na hora em que ele teria se oferecido para executar o serviço no imóvel do denunciante. Neste momento, uma mulher, diz ela, ficou nervosa e passou a tratá-los de forma grosseira.

"Meu marido não estava armado. A gente, enquanto segurança, sabe que não podemos chegar agredindo alguém. Então, aconteceu deles chamarem a polícia, que encontrou a arma guardada. Temos as imagens das câmeras", disse a mulher.

A esposa também negou que o áudio (acima) foi produzido pelo marido.

"A gente pode até processá-los por calúnia e difamação. Os áudios não são da voz do meu marido", pontuou a mulher.