Segundo autoridades, nenhum sinal foi identificado no local até agora; trabalhos nesta quarta (30) exigem cuidado diante de área apresentar risco de novos deslizamentos e de queda de pista. Bombeiros estimam 30 vítimas.
Uma câmera termal que identifica calor é utilizada nas buscas por vítimas do deslizamento de terra na BR-376 em Guaratuba, no litoral do Paraná. Os trabalhos foram retomados na manhã desta quarta-feira (30) após ficarem suspensos na madrugada por conta das chuvas na região.
De acordo com as autoridades, o equipamento não identificou nenhum sinal de calor até a publicação desta reportagem. O item vai continuar a ser utilizado, assim como um drone deve fazer parte das buscas quando houver condições climáticas.
Pelo menos 10 carros de passeio e sete caminhões foram arrastados pela lama para fora da pista, segundo o governo do estado. A estimativa dos bombeiros é que sejam 30 vítimas.
Fatorem que dificultam as buscas, segundo a Defesa Civil:
Três veículos e uma carreta foram retirados do local, em uma área de menor risco, segundo o Corpo de Bombeiros. Duas mortes já foram confirmadas.
Engenheiros e geólogos atuam no local, onde foi feita também avaliação de possíveis desmoronamentos em outros pontos críticos. Ao todo, 54 bombeiros paranaenses atuam nas buscas.
O g1 questionou se as buscas já começaram a ser feitas na parte da ribanceira, onde há veículos caídos, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Dificuldades
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o trabalho no local é difícil diante das condições climáticas e do risco de novos deslizamentos. A grande quantidade de terra em cima da pista também preocupa as autoridades.
Segundo a Defesa Civil, a parte da pista atingida pelo deslizamento pode desabar.
"Tudo isso vai ser feito a hora que a gente tiver uma avaliação realmente. A hora que começar a limpar a pista, que esses veículos mais pesados, imagine, quanto mais você vai tirar uma carreta ou um carro, mais pesado será esse guincho ali. Então a questão de peso naquela pista, a gente também está preocupado com a própria pista", afirmou Coronel Vasco, comandante do Corpo de Bombeiros.
Na terça (29), as autoridades já haviam relatado que uma carreta soterrada no local estava funcionando como arrimo, isto é, de apoio para evitar que mais terra deslize.
O militar também explicou que a remoção dos veículos foi feita em áreas de menor risco, e que eles foram deixados em um lado da rodovia. Sobre a continuidade dos trabalhos, Vasco ressaltou que a condição do tempo não deve melhorar em breve.
"Vamos ter uma grande dificuldade porque está previsto um aumento das chuvas [na região]. A área já é de risco e tende, com essas chuvas, a piorar. Então continuamos lá com as atividades dos bombeiros [...] O GOST [Grupo de Operações de Socorro Tático] está fazendo todo o atendimento na questão operacional à noite, por ser um trabalho altamente especializado e especialmente à noite", explicou.
Ao ser questionado sobre a limpeza da pista, o comandante exaltou não ser possível precisar.
"Com relação à limpeza da pista está muito difícil de falar neste momento, porque nós estamos assim com um grau de risco muito grande com aquela carreta que está segurando aquele grande volume de terra. Ali é nosso ponto mais crítico. A preocupação com a própria pista, se tiver mais deslizamento de terra", disse.
Deslizamento
No ponto, houve dois deslizamentos. O primeiro aconteceu às 15h30 de segunda, quando um talude cedeu no trecho de serra e uma das pistas foi interditada. Desde então, o trânsito estava fluindo por pista única.
Às 19h30 de segunda, houve o segundo deslizamento, quando carros foram atingidos e os dois sentidos da rodovia foram interditados.