Em 2019, foram 58 homicídios e em 2020 caiu para 28, mas especialistas acreditam que o número possa ser maior. Combate aos crimes raciais ainda depende de uma legislação específica no país
Entre 2019 e 2020, o Paraná teve pelo menos 400 registros de crimes ligados à LGBTfobia. Apesar disso, especialistas avaliam que os dados, da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), podem ser maiores.
Entre 2019 e 2020, o Paraná teve pelo menos 400 registros de crimes ligados à LGBTfobia. Apesar disso, especialistas avaliam que os dados, da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), podem ser maiores.
Em 2019, foram 58 homicídios e em 2020 esse número caiu para 28. Nos últimos dias, se tornou notícia o fato de que pelo menos dois homossexuais foram mortos em Curitiba, por um homem considerado serial killer.
Nesta terça-feira (18), a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) disse que ouviria duas pessoas, que podem ter sido vítimas do mesmo rapaz. José Tiago Correia Soroka é procurado no Paraná e em Santa Catarina.
Polícia Civil divulgou cartazes com foto do suspeito.
Polícia Civil
Na avaliação de quem lida com os dados e ocorrências todos os dias, os números podem acabar camuflados. Isso porque segundo a presidente da comissão da diversidade da Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR), muitas vezes um caso não é interpretado como LGBTfobia na hora do registro.
“A gente tem alguns estudos de entidades da sociedade civil que apontam aumento na violência contra pessoas LGBT por conta da pandemia. Assim como a violência doméstica teve aumento grande, a violência LGBTfóbica também”, explica Amanda Puchita.
Em 2019, o Supremo Tribunal Federal passou a considerar casos de homotransfobia e homofobia como crimes de racismo social. Apesar disso, os especialistas dizem que ainda falta uma legislação específica para os casos envolvendo a comunidade LGBTQI+.
“É uma mudança cultural necessária. A legislação não muda a cultura. A gente tem um arcabouço jurídico importante, mas a sociedade ainda está caminhando para uma sociedade inclusiva e diversa”, avalia Amanda.
'Elas não precisam nem ser aceitas, mas respeitadas', diz Toni Reis.
Reprodução/RPC Curitiba
Combate ao preconceito
Para Toni Reis, o diretor-executivo do Grupo Dignidade, os crimes de lesão, injúria, vias de fato e outros casos que tiveram como origem a LGBTfobia, só começarão a diminuir de fato se for coibido o discurso de ódio.
“Muitas vezes a pessoa que tem o discurso de ódio não mata, mas afia a faca que o assassino vai matar. Por isso estamos, em parceira com a Defensoria Pública e o Ministério Público, lutando para que se coíba também o discurso de ódio”, explicou.
O objetivo, segundo Toni Reis, é que sejam feitas políticas públicas que abranjam a educação, a saúde e a segurança. Tudo para garantir o respeito.
“Para que as pessoas sejam respeitadas. Elas não precisam nem ser aceitas, mas respeitadas”.
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