PolĂ­tica

Bancada feminina alerta para crimes de violência sofridos por candidatas

Por Agência Câmara

12/07/2022 às 21:59:29 - Atualizado hĂĄ
Painel - Ferramenta de prevenção de violĂȘncias para as mulheres na polĂ­tica. Dep. Celina Leão PP - DFCelina Leão: "A violĂȘncia polĂ­tica é invisĂ­vel"


Deputadas cobraram nesta terça-feira (12) medidas para combater a discriminação de gĂȘnero sofrida pelas mulheres candidatas. O Brasil ocupa a posição 145Âș, entre 192 paĂ­ses, ficando atrĂĄs de toda a América Latina, com exceção do Haiti, em levantamento sobre participação da mulher na polĂ­tica feito pela União Interparlamentar, que promove a cooperação entre parlamentos no mundo.

Em evento realizado pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, a deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ) chamou atenção para a necessidade de reforçar a aplicação da lei que combate a violĂȘncia polĂ­tica contra a mulher (Lei 14.192/21), da qual foi autora, para coibir os crimes de discriminação por sexo e raça nas próximas eleições.

A parlamentar, que é negra e evangélica, relatou violĂȘncia sofrida durante sua campanha à prefeitura de Nova Iguaçu (RJ). "Estava nas pesquisas em segundo lugar, quando começaram a me chamar nas redes sociais de avatar. Então, sofri violĂȘncia também nas redes sociais. Vira e mexe, tenho que ir para a delegacia para minimizar a situação", comentou.

A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), afirmou que "a violĂȘncia polĂ­tica é invisĂ­vel". "O que mais nos choca é que muitas vezes nós temos comportamentos que não existiriam se os candidatos fossem homens", frisou.

A deputada Margarete Coelho (PP-PI) também falou a favor da aplicação das normas contra a violĂȘncia polĂ­tica, que ela chamou de "mãe de todas as violĂȘncias".

"Se não somos reconhecidas no exercĂ­cio dos nossos direitos, somos matĂĄveis, somos estuprĂĄveis, somos espancĂĄveis. Inclusive em uma sala de parto, com todo o aparato do Estado ao nosso redor", sustentou.

Entre outras medidas, a lei em vigor proĂ­be a propaganda partidĂĄria que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo feminino ou em relação à sua cor, raça ou etnia.

Guia
Durante o evento, foi lançado o guia "Mulheres na PolĂ­tica: Combatendo a ViolĂȘncia nas Plataformas da Meta", desenvolvido com o apoio da organização Women"s Democracy Network (WDN) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Billy Boss/Câmara dos DeputadosPainel - Ferramenta de prevenção de violĂȘncias para as mulheres na polĂ­tica. Kaliana Kalache - Head de Politicas Publicas da Meta no BrasilKaliana Kalache: regras da Meta foram atualizadas

O guia traz recomendações a partir de um conjunto de polĂ­ticas comunitĂĄrias do Facebook, do Instagram e do Whatsapp para que as mulheres possam se conectar e se expressar com mais segurança. As diretrizes foram desenvolvidas a partir de feedbacks da comunidade que usa essas plataformas, pertencentes à empresa Meta, e da orientação de especialistas em diversas ĂĄreas, como tecnologia, segurança pĂșblica, igualdade de gĂȘnero e direitos humanos.

O documento também explica processos de identificação de comportamentos violadores, com o uso de tecnologias como inteligĂȘncia artificial e criptografia, além da atuação de equipes de segurança e integridade que trabalham para remover e reduzir conteĂșdos nocivos das plataformas. Por meio do guia, é possĂ­vel se informar sobre ferramentas disponĂ­veis e dicas de uso seguro em cada uma das redes sociais e aplicativos de mensagem, para ajudar as pessoas a terem uma experiĂȘncia positiva.

Sobre a proteção às candidatas na plataforma, a chefe de PolĂ­ticas PĂșblicas da Meta, Kaliana Kalache, informou que foram atualizadas as regras em relação às personalidades pĂșblicas. Segundo ela, o objetivo é evitar, entre outros, comentĂĄrios sobre a aparĂȘncia fĂ­sica e mensagens de usuĂĄrios indesejĂĄveis.

"Ao mesmo tempo que a gente precisa privilegiar e garantir a liberdade de expressão e o debate polĂ­tico justo sobre as figuras pĂșblicas, não é tudo que é vĂĄlido. A gente precisa proteger a intimidade e a imagem dessas pessoas", disse, ao reforçar a importância da denĂșncia de violĂȘncia às autoridades.

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