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China protesta após presença do vice-presidente de Taiwan no funeral de Shinzo Abe

Por Da Redação

12/07/2022 às 21:59:13 - Atualizado há

A China apresentou um protesto diplomático “severo” contra o Japão devido à presença do vice-presidente de Taiwan William Lai no funeral do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. O político, assassinado a tiros na semana passada, foi velado nesta terça-feira (12) em frente ao templo budista Zojoji, em Tóquio. As informações são da agência Reuters.

A viagem de Lai, descrita por uma autoridade japonesa como “uma visita privada para prestar homenagens a um amigo”, irritou Beijing, que considera a ilha semiautônoma como parte de seu próprio território pelos princípios de “Uma só China”.

Vice-presidente de Taiwan, William Lai (Foto: WikiCommons)

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, afirmou que “Taiwan faz parte da China”, “não tem um vice-presidente” e que o episódio tinha estratégias políticas envolvidas.

“Após o assassinato do ex-primeiro-ministro japonês Abe, as autoridades de Taiwan aproveitaram a oportunidade para se envolver em manipulação política”, disse Wang. “É impossível que esse tipo de esquema dê certo”.

De acordo com a Agência Central de Notícias de Taiwan, Lai, um potencial candidato presidencial para as eleições de 2024, foi a mais alta autoridade local a visitar o Japão desde que Tóquio rompeu os laços oficiais com a ilha em 1972 e se aproximou de Beijing.

Pelo apoio dado à ilha na espinhosa questão histórica com a China, Abe era uma figura que gozava de prestígio popular em Taiwan. Na segunda-feira (11), um dia antes do velório, a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen visitou a embaixada japonesa em Taipé para manifestar suas condolências.

Apesar do mal-estar diplomático, no último sábado (9), um dia após o assassinato, o presidente chinês Xi Jinping manifestou condolências ao premiê japonês Fumio Kishida pela morte de Abe e elogiou seus esforços para a melhoria da relação China-Japão.

Por que isso importa?

Taiwan é uma questão territorial sensível para os chineses. Nações estrangeiras que tratem a ilha como autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como parte do território chinês. Diante da aproximação entre Taipé e Washington, desde 2020 a China endureceu a retórica contra as reivindicações de independência da ilha.

Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos países do mundo, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal fornecedor de armas do território, o que causa imenso desgosto a Beijing, que tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.

Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que a China não aceitará a independência do território “sem uma guerra“.

embate, porém, pode não terminar em confronto militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho de 2021. O documento taiwanês pontua que Beijing não teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala, justamente por se tratar de uma ilha. Já segundo o Pentágono, isso “provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”.

 

Fonte: A Referência
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