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Comboio governamental nigeriano é atacado

A ação teria ocorrido no Estado de Katsina, tendo como alvo um comboio que levava agentes de segurança, oficiais de protocolo governamental e equipe de mídia.

Por A Referência

06/07/2022 às 14:07:16 - Atualizado há

Um comboio governamental que transportava a equipe de segurança do presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, foi atacado por homens armados na terça-feira (5). A ação foi atribuída a "bandidos", nome popular de grupos armados sem vínculo ideológico que atuam sobretudo no norte nigeriano. As informações são da agência catari Al Jazeera.


Revelado inicialmente por uma autoridade nigeriana que não quis se identificar, o incidente foi posteriormente confirmado pelo porta-voz presidencial Garba Shehu. Segundo ele, duas pessoas que estavam no comboio sofreram ferimentos leves.


"Os agressores abriram fogo contra o comboio de posições de emboscada, mas foram repelidos pelos militares, policiais e funcionários do DSS (Departamento de Serviços Estatais, da sigla em inglês) que acompanhavam o comboio", disse comunicado do governo. "Duas pessoas no comboio estão recebendo tratamento para os ferimentos leves que sofreram. Todos os outros funcionários e veículos chegaram em segurança a Daura".


A ação teria ocorrido no Estado de Katsina, tendo como alvo um comboio que levava agentes de segurança, oficiais de protocolo governamental e equipe de mídia. "A Presidência descreveu como triste e indesejável o incidente do tiroteio", afirma o texto.


O presidente não estava a bordo de nenhum dos veículos. Ele é esperado em Katsina no final de semana para participar de um festival islâmico.


Muhammadu Buhari, presidente da Nigéria, em foto de julho de 2015 (Foto: Flickr)


Ainda de acordo com o comunicado, no mesmo dia, um grande grupo de agressores matou dois agentes de segurança em uma parte diferente de Katsina. Não ficou claro, pelas informações do governo, se os dois incidentes estão diretamente relacionados.


"Mais de 300 terroristas em motocicletas, atirando esporadicamente com fuzis AK-47 e metralhadoras de uso geral", emboscaram um comandante de polícia e a equipe dele em meio a "uma operação de limpeza contra bandidos/terroristas".


O comunicado afirma que "o comandante da área e um outro oficial galante perderam a vida durante uma troca de tiros".


Por que isso importa?

A violência que atinge o noroeste da Nigéria forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas e já começa a se expandir para a região central do país. Parte da população foge dos ataques dos "bandidos" e também da ação de grupos jihadistas, sobretudo o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental).


Enquanto os jihadistas têm uma agenda ideológica muito clara, os "bandidos" agem somente por dinheiro. São principalmente jovens do grupo étnico Fulani que trabalharam como criadores de gado nômades e se envolveram em um conflito de décadas com comunidades agrícolas, na luta pelo acesso à água e às pastagens.


Os "bandidos" são os maiores responsáveis pelos sequestros de jovens em idade escolar, uma modalidade criminosa que tem crescido muito no país. O objetivo dos raptos é meramente financeiro, ou seja, receber o valor do resgate em troca da libertação das vítimas. As gangues também promovem invasões e saques em vilas.


Desde o início de 2022, o governo da Nigéria passou a classificar os "bandidos" como terroristas. "Acho que a única linguagem que eles entendem – nós discutimos exaustivamente com as agências de aplicação da lei, chefes de segurança, o inspetor-geral da polícia? – é irmos atrás deles", disse o presidente Muhammadu Buhari. "Nós os rotulamos de terroristas. Vamos lidar com eles como tal".


A violência no noroeste nigeriano aumentou nos últimos meses, e a OIM (Organização Internacional para as Migrações) estima que houve cerca de 50 mil deslocamentos internos no país desde janeiro de 2020. Adicionalmente, 80 mil pessoas rumaram ao vizinho Níger nos últimos dois anos, situação que as agências de apoio à população temem gerar uma nova crise humanitária.

Fonte: A Referência
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