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Cia da Tribo leva ao Rio de Janeiro o espetáculo teatral Água Doce

Por Da Redação

05/06/2022 às 23:53:21 - Atualizado há

Divulgação Água Doce

O espetáculo Água Doce parte da lenda da Iara como pretexto para desenvolver a questão dos rios. Iara vive exilada na pororoca, que é o encontro das correntes de um rio com as águas do oceano. Ela observa como a inveja e a ganância podem fazer mal à natureza, matando os peixes e secando os rios.

A peça utiliza figuras do folclore para conscientizar as pessoas sobre a importância dos rios que circulam por todo o Brasil e, muitas das vezes, se encontram abaixo dos nossos pés, tamponados ou encanados durante um processo de urbanização desenfreada. O diretor de teatro e ator Wanderley Piras, que assina o texto com Milene, explicou que o uso da linguagem poética possibilita ao público entender por conta própria as questões que estão sendo tratadas.

Os bonecos representam figuras folclóricas como Cabeça de Cuia, Jaguarão, Pirarucu e Cobra Grande, e foram confeccionados pelo artista plástico Adriano Castelo Branco. Como eles chamam muito a atenção dos espectadores, a companhia os deixa expostos depois das apresentações, criando uma espécie de exposição ao ar livre, informou Milene.

Ferramenta

O diretor de teatro lembrou que a água é o nosso principal recurso natural, essencial para existência da vida na Terra. Mas desastres ecológicos recentes, como o rompimento da barragem de Brumadinho, que contaminou o Rio Paraopeba; ou o derramamento de petróleo no Oceano Atlântico, danificando todo o ecossistema marinho do litoral nordestino e avançando para os rios e mangues, ratificam a necessidade de se falar sobre isso para o público em geral. A Cia da Tribo acredita que o teatro pode trazer à tona discussões importantes, como a conscientização e a preservação ambiental.

Para a diretora do grupo, o teatro é uma ferramenta para a preservação dos recursos naturais. “A experiência que a gente propõe com o teatro passa por uma expressão estética que te movimenta, te faz questionar, te sensibiliza, te faz ter um olhar para uma coisa que, talvez, no dia a dia, você passa e nem olha. Aí, depois que você tem uma vivência como essa, isso de alguma forma está tocando a tua sensibilidade, o teu olhar, e você não vai mais passar por um rio sem olhar para ele, sem pensar nele. Acho que essa é a função do teatro”. A ideia é dar voz aos rios. A gente dá voz aos rios e as pessoas da cidade se emocionam. É muito legal!, afirmou.

O espetáculo Água Doce conquistou vários prêmios, entre os quais o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo de Rua e o Prêmio SP de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem na categoria Sustentabilidade. Foi indicado também ao 7º Prêmio Aplauso Brasil, na categoria Melhor Espetáculo Para o Público Infantil e Jovem. Somente no estado de São Paulo foram feitas apresentações da peça em 80 parques. Milene Perez disse que a ideia, se a Cia da Tribo tiver patrocínio, é levar o espetáculo para todo o país.

As apresentações da peça Água Doce são patrocinadas pelo braço social do grupo Tigre (ICRH), por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Cia da Tribo

O grupo paulista fundado pelos artistas Milene Perez e Wanderley Piras iniciou seu trabalho de pesquisa em cultura popular em 1996. Sua linguagem cênica foi desenvolvida por meio do estudo de tradições populares, personalidades e corporeidades brasileiras. Histórias, músicas, danças e bonecos criados pelo povo em diversas regiões do país são investigados, apreendidos, recriados e trazidos à cena, construindo assim, uma teatralidade brasileira.

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