Andre Muniz Fritoli, de 32 anos, foi baleado e morreu a caminho do hospital; outras três pessoas foram feridas a tiros; agente federal foi preso, e defesa alega que ele teve 'surto psicótico'.
O corpo do fotógrafo Andre Muniz Fritoli, de 32 anos, que foi morto a tiros por um policial federal em um posto de combustíveis, em Curitiba, foi sepultado na manhã desta terça-feira (3).
Ele morreu a caminho do hospital, no final da noite de domingo (1º), depois de ser baleado pelo agente, no bairro Cristo Rei. Outras três pessoas também foram atingidas e encaminhadas para o hospital.
O estado de saúde delas é considerado estável pelas equipe médicas.
O policial federal Ronaldo Massuia Silva, de 43 anos, foi preso. Ele é investigado pela Polícia Civil, no inquérito criminal. Além disso, a Polícia Federal informou que abriu um processo disciplinar pela corporação para apurar o fato.
O sepultamento do corpo do fotógrafo ocorreu por volta das 10h de terça, no Cemitério Municipal Água Verde, na capital.
Vídeos da discussão e tiros
Imagens a que a RPC teve acesso mostram o momento dos disparos na loja de conveniência do posto. Os tiros foram por volta de 23h45. O posto de gasolina onde tudo aconteceu fica na Rua Sete de Setembro.
As imagens mostram o interior da loja de conveniências e logo no início é possível ver clientes se jogando no chão e correndo para fora.
Na sequência, o policial aparece efetuando diversos disparos. Pelas imagens, é possível ver que os tiros foram à queima roupa. Ele segue em direção à saída da loja, e aparece disparando contra clientes do lado de fora.
Um outro vídeo mostra o início de uma discussão envolvendo o suspeito e outras pessoas no local. Nas imagens, ele e um outro homem aparecem trocando tapas.
O agente de segurança está preso na Polícia Federal em Curitiba. A defesa dele afirmou que o cliente teve um "surto psicótico, devido ao quadro profundo de depressão que vem enfrentando".
Ainda conforme os advogados, Ronaldo Massuia Silva está abalado, principalmente pela morte de uma pessoa e pelas outras três feridos que estão internados.
De acordo com informações da Central de Flagrantes de Curitiba prestadas no início desta segunda-feira (2), o policial havia chegado ao posto e, após se desentender com um grupo de pessoas, incluindo um segurança do estabelecimento, sacou a arma e começou a atirar.
Clientes tentam apartar a discussão e tentam direcionar o policial para fora da loja. O agente sai do estabelecimento, e segundos depois as imagens mostram ele atirando contra a porta de vidro da loja, que se estilhaça.
Os segundos seguintes do vídeo registram o início dos disparos pelo policial.
A reportagem questionou a PF sobre se a arma usada era da corporação e sobre o histórico do agente. Em resposta aos questionamentos, a corporação afirmou apenas que, desde que tomou conhecimento do episódio, acompanha e colabora com as investigações.
"A Polícia Federal lamenta profundamente os acontecimentos e expressa solidariedade neste momento de luto e dor das vítimas, familiares e amigos, ressaltando que tais condutas não refletem a formação, princípios e valores éticos da Instituição", disse em nota.
Testemunhas relataram detalhes do tiroteio
Testemunhas disseram que o policial chegou ao posto nervoso e pediu um isqueiro para acender um cigarro. Ainda conforme testemunhas, clientes tentaram conter o agente, que pegou uma pistola 9 milímetros e começou a atirar na direção da loja de conveniência.
Segundo a polícia, o agente federal apresentava sinais de embriaguez.
O Boletim de Ocorrência da PM cita que o policial atirou pelo menos 10 vezes em direção à loja de conveniência e que ele estava dirigindo um carro da Polícia Federal descaracterizado.
Vídeos gravados por um cliente do posto mostram o momento em que as vítimas feridas eram atendidas pelo Corpo de Bombeiros.
Feridos
Quatro pessoas foram baleadas pelo policial. O fotógrafo André Muniz Fritoli, que morreu, além de outros dois homens, de 24 e 43 anos, e uma mulher, de 30 anos, que foi alvo de três disparos: no peito, perna e no abdômen.
A mulher baleada gravou um áudio para os amigos do grupo contando o que aconteceu.