PolĂ­tica

Eduardo Leite é pressionado a disputar Governo do RS, mas despista e exalta sucessor

Por Banda B

07/05/2022 às 09:49:37 - Atualizado hĂĄ

Cresce dentro do PSDB gaĂșcho e entre os partidos mais próximos do governo -Podemos, União Brasil e PSD- a pressão para que Eduardo Leite se recoloque como candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, posto ao qual ele renunciou em 31 de março para "ficar disponĂ­vel para outras eventuais missões".

Desde então, a pretexto de debater um projeto nacional de terceira via, Leite ensaiou uma candidatura à PresidĂȘncia da RepĂșblica paralela à de João Doria (PSDB), que também renunciou ao cargo de governador em São Paulo para concorrer ao Planalto amparado pela vitória nas prévias do partido.

Porém, após desgaste e sob a ameaça de judicialização dentro do PSDB, Leite conversou com Doria e divulgou uma carta explicitando que não ficaria no caminho do paulista.

Foto: Maicon Hinrichsen/Divulgação


Leite intensificou agendas no interior do estado nas Ășltimas semanas. Mas, questionado sobre nova disputa ao governo local, ele aponta seu vice e sucessor, o atual governador Ranolfo Vieira JĂșnior (PSDB), como o candidato da sua preferĂȘncia:

"O Ranolfo é o nome preferencial. É o nome que eu vou buscar viabilizar", diz. Leite procura ressaltar, no entanto, que essa é uma decisão somente sua. "Um caminho polĂ­tico é coletivo. Tem um grupo polĂ­tico, tem o partido e isso envolve aqui o próprio governador Ranolfo nessa decisão. Temos que analisar o caminho em que eu melhor possa colaborar."

Pesa nessa equação Ranolfo ter assumido o posto de governador, o que impossibilita que ele concorra a outros cargos pĂșblicos caso o ex-governador volte à disputa.

Leite afirma ainda não descartar não concorrer a nada em 2022 e cita sua própria trajetória como exemplo, quando deixou a Prefeitura de Pelotas sem concorrer à reeleição e, dois anos depois, se candidatou a governador. Entre interlocutores próximos a ele, todavia, a hipótese soa como despiste.

Embora desejem que Leite tome a frente da candidatura, tucanos gaĂșchos dizem acreditar que o ex-governador ainda sonhe com a PresidĂȘncia. Portanto, não esperam que ele tome qualquer decisão antes que pesquisas do PSDB nacional avaliem o resultado das primeiras inserções de Doria nas propagandas de TV. Leite abdicou de participar das propagandas nacionais da legenda.

Embora rejeite o termo "recuo estratégico", Leite ainda não descarta a PresidĂȘncia, mas diz que não farĂĄ novos movimentos nessa direção mesmo observando "fragilidades polĂ­ticas" na candidatura Doria.

"Doria tem a vontade [de ser candidato]. Tem as prévias que lhe dão legitimidade. Então serĂĄ o candidato, se assim ele desejar. Eu não vou ficar fazendo enfrentamento polĂ­tico dentro do partido.

Se o partido quiser ter outro entendimento, o Conforme o presidente do PSDB gaĂșcho, deputado federal JĂșlio Redecker, ao rejeitar uma migração ao PSD para concorrer à PresidĂȘncia, Leite deu a legitimidade para que os tucanos reivindiquem a cabeça de chapa em uma coligação ao estado. Embora avalie que Ranolfo tem bons predicados para concorrer, Redecker declara que o ex-governador tem a preferĂȘncia.

"O melhor nome para representar a continuidade do governo Eduardo Leite é naturalmente o Eduardo Leite", afirma.

JĂĄ no MDB do Rio Grande do Sul, potencial parceiro em uma coligação de centro, a expectativa é a de que Leite não concorra e auxilie em negociações em torno do deputado estadual Gabriel Souza, jĂĄ lançado como pré-candidato.

"Boa parte das conquistas desse governo se deram por dar continuidade ao que o governo anterior, do MDB [de José Ivo Sartori], começou. Espero que Leite mantenha a sua promessa de não concorrer à reeleição e de ajudar na manutenção desse trabalho", declara o deputado estadual Carlos BĂșrigo, lĂ­der do partido na Assembleia gaĂșcha.

O ex-governador não rejeita a hipótese, mas espera que a recĂ­proca do MDB em apoiar um nome do PSDB seja verdadeira. Seria uma forma de ambos partidos se fortalecerem diante de uma polarização entre candidaturas de direita e de esquerda no estado, às quais Leite classifica como "ameaças populistas".

Leite prevĂȘ decisões sobre seu futuro até o final de junho. A União Brasil desembarcou da proposta de candidatura Ășnica da terceira via à PresidĂȘncia, mas PSDB e MDB tinham previsão de anunciar um nome de consenso até 18 de maio. A falta de entendimento pode tornar esse prazo improvĂĄvel de ser cumprido. A convenção do PSDB, reta final para a candidatura, ocorre entre o fim de julho e inĂ­cio de agosto.

Fonte: Banda B
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