A Amazon demitiu pelo menos seis gerentes do armazém de Staten Island que estavam liderando o movimento sindical na unidade. Após a vitória nas urnas, muitos deles viraram verdadeiras celebridades, inclusive recebendo o apoio de vários políticos tanto de Nova York quanto de outras cidades. Os ex-colaboradores estavam à frente do Sindicato dos Trabalhadores da Amazon, o primeiro formado na história da gigante da tecnologia.
Segundo os perfis dos demitidos no LinkedIn, alguns eram veteranos da Amazon e tinham mais de seis anos de casa. Eles lutavam por melhores condições de trabalho, principalmente em relação ao cumprimento de protocolos de saúde e segurança, além de reajustes salariais.
Os líderes sindicais também tinham na pauta de negociação reivindicações para cobrar o pagamento de horas extras e contrárias às constantes pressões que os trabalhadores sofrem para atingirem as metas da empresa.
Segundo a porta-voz da Amazon, Kelly Nantel, as demissões são resultado de um projeto de mudança na gestão e de contínua busca por melhorias.
“Parte de nossa cultura na Amazon é melhorar continuamente, e acreditamos que é importante reservar um tempo para analisar se estamos fazendo o melhor que podemos para nossa equipe”, disse.
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Em suas cartas de demissões, os gerentes foram informados de que a medida integrava uma mudança organizacional.
A eleição ocorrida no armazém está sendo contestada pela Amazon, que alega que foram utilizadas táticas não convencionais pelo Sindicato dos Trabalhadores, principalmente para pressionar os funcionários a participar do processo.
Em nota, a empresa se defende ao informar que investiu R$ 300 milhões em projetos de segurança ao longo de 2021 e que oferece pagamento acima do salário mínimo, com benefícios. Entre os citados, estão a assistência médica para trabalhadores em período integral.
Ao contrário dos EUA, no Brasil os líderes sindicais não podem ser demitidos caso sejam eleitos, mesmo como suplentes. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) assegura essa vantagem para sete eleitos e sete suplentes em cada empresa.
Todos têm estabilidade no emprego com até um ano após o final do mandato, exceto se cometerem falta grave nos termos da lei. Caso a empresa demita o trabalhador estável sem a observância do procedimento de inquérito para apuração de falta grave, a dispensa é considerada inválida.
Via: The New York Times
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