Os metalúrgicos da Renault em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A mobilização acontece em frente à fábrica da empresa, que fica localizada na BR-277.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a paralisação na linha de produção é uma resposta principalmente à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), afetada pelos ajustes da montadora com base no acordo de flexibilidade e competitividade firmado em 2020, durante a pandemia de Covid-19.
Além do número de trabalhadores, que a entidade afirma que reduziu de cerca de 7 mil em 2020 para cerca de 5 mil, a velocidade da linha de produção baixou, o que influencia diretamente nas metas da PLR.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, os trabalhadores acataram um acordo da empresa por competitividade, mas dois anos depois a empresa não aceita rediscutir os termos. "As condições salariais e sociais dos trabalhadores foram precarizadas. A PLR, de patamares de R$ 25 mil a R$ 28 mil, caiu para R$ 13 mil. Nós queremos rediscutir a PLR, as perdas salariais, e também exigir um reajuste para setores que estão com salários defasados", disse.
A entidade afirma que, mesmo atingindo a meta estipulada em 198 mil automóveis neste ano, o valor total projetado da PLR (R$ 15.400,00) está fora da realidade de negócio da empresa, que aumentou o preço do carro em mais de 30% em 2 anos.
Uma nova assembleia de metalúrgicos da Renault está prevista para segunda-feira(9).
A Renault emprega cerca de 5 mil trabalhadores, que produzem os modelos Duster, Captour, Kwid, Sandero, Logan, Oroch e Master. A unidade brasileira ainda conta com uma fábrica de motores.