Bolsonaro diz que lucro da Petrobras é um "estupro" e apela para não ter novos reajustes

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é pré-candidato à reeleição, fez uma declaração, no mínimo, polêmica. Ao tratar da Petrobras em sua live semanal nesta quinta-feira (5), o presidente afirmou que os lucros registrados pela companhia são “um estupro”, beneficiando estrangeiros.

“O Brasil, se tiver mais um aumento (no preços dos combustíveis), pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços”, disse Bolsonaro.

Apesar da afirmação, é o presidente quem indica o presidente da empresa, que, por sua vez, define as estratégias da companhia. Recentemente, o governo indicou José Mauro Ferreira Coelho para comandar a empresa para um mandato de um ano.

A fala do presidente surge no período de pré-campanha eleitoral. O ex-presidente Lula, que é pré-candidato pelo PT, e o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT, já criticaram os preços dos combustíveis na gestão Bolsonaro e prometem reformas na gestão da companhia, caso sejam eleitos.

“Sei que (a Petrobras) tem acionistas. Mas quem são os acionistas? Fundos de pensões dos Estados Unidos. Nós estamos bancando pensões gordas nos Estados Unidos. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar mais os preços dos combustíveis”, completou o presidente.

A Petrobras tem sido alvo de críticas de congressistas em virtude do aumento constante nos preços dos combustíveis. Uma das causas recentes é a Guerra da Ucrânia, que envolve a Rússia, grande produtora mundial de combustíveis que vem sofrendo sanções econômicas por iniciar o conflito armado.

A empresa registrou um lucro de R$ 106 bilhões em 2021, um aumento de 1.400% em relação aos R$ 7,11 bilhões em 2020. O valor de R$ 101 bilhões é referente ao ano exercício de 2021. Segundo o senador Paul Prates, os R$ 101 bilhões distribuídos aos acionistas excedem a obrigação legal da empresa.