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"Tem sido uma alegria imensa reencontrar meu público", afirma Marisa Monte

Por Correio 24 Horas

04/05/2022 às 06:23:13 - Atualizado há

Marisa Monte durante apresentação do show Portas

Em agosto de 2017, este jornalista foi à Concha Acústica assistir ao show Paulinho da Viola Encontra Marisa Monte e testemunhou uma cena um tanto deselegante. Enquanto o nosso Príncipe do Samba cantava sozinho no palco, uma espectadora ansiosa comentava com alguém ao lado, como se desprezasse o sambista: "Marisa Monte não vai cantar, é?". Provavelmente, ela não havia se informado bem sobre o teor do show nem sequer lido o título que estava no ingresso.

Agora, cinco anos depois, aquela fã pode, finalmente, ir à Concha para ver Marisa se apresentar sozinha. E a artista não fazia isso há quase dez anos, desde a turnê Verdade Uma Ilusão. Agora, a cantora carioca de 54 anos retorna ao mesmo palco para apresentar a turnê Portas, nesta sexta e sábado, às 19h. O show leva o nome do mais recente álbum dela, lançado em julho do ano passado.

Mas, apesar de passar dez anos sem apresentar um espetáculo solo nem gravar um álbum de inéditas, Marisa não parou neste período: "Depois da minha última grande turnê, Verdade Uma Ilusão, fiz vários projetos colaborativos. Um projeto especial para o BAM [Brooklyn Academy of Music] em Nova York, uma turnê pelo Brasil com o Paulinho da Viola, um disco inédito e uma turnê com os Tribalistas, um DVD ao vivo com eles. Eu sabia que era hora de voltar a mim e já tinha a maioria das canções prontas", revela, em entrevista ao CORREIO por email.

A pandemia, claro, a deixou longe dos palcos nos últimos dois anos:

"Quando começou a pandemia, eu estava prestes a entrar no estúdio, tivemos que adiar e adaptar os planos para a nova realidade. Agora finalmente de volta aos palcos depois dessa longa espera tem sido uma alegria imensa reencontrar meu público entre lágrimas e sorrisos para celebrar a vida através da música, da arte e da poesia".

Como de hábito, Marisa investe bastante na concepção visual do show, cujo cenário foi desenvolvido a partir da série Fundos, da artista plástica Lúcia Koch. "Ela faz um trabalho a partir de caixas criando ambientes arquitetônicos com luzes e sombras que achei que seria perfeito para a atmosfera do show. A ideia era criar um diálogo entre o mundo interior, o isolamento, confinamento, e o mundo exterior, através da imaginação, do sonho, do poético e do lúdico", observa a cantora.

A partir desse princípio, uma equipe de criação e de editores, programadores e iluminador, tendo Batman Zavareze e Claudio Torres como codiretores, desenvolveu os vídeos e efeitos visuais.

Os arranjos foram adaptados para a formação da banda que a acompanha na turnê, formada por Dadi (baixo, teclado e guitarra), Davi Moraes (guitarras), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz) e Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz), além de um naipe de metais com Antonio Neves (trombone, adaptações e arranjos de metais), Eduardo Santanna (trompete e flugelhorn) e Lessa (flauta e sax). "O naipe de metais acrescenta uma energia vibrante aos arranjos originais. Certamente, um destaque no show. Uma banda só de craques", comemora.

Marisa conhece Chico Brown - que é filho de Carlinhos Brown, seu velho parceiro - desde que nasceu e revela a admiração que tem pelo herdeiro do músico baiano:

"É encantador estar viva e testemunhar ele se tornar meu parceiro. Ele é um assombro, grande músico, compositor, multi-instrumentista que acrescentou frescor e destemor às canções e aos arranjos", diz, entusiasmada.

Se a cantora repetir em Salvador o repertório que tem apresentado em outras cidades, o público ouvirá pelo menos dez das 16 canções do mais recente álbum da artista. As outras músicas são resgatadas de outros trabalhos dela, o que inclui muitos hits, como Maria de Verdade, Beija Eu e Ainda Lembro.

Tem também músicas do primeiro disco dela, de 1991, como Preciso Me Encontrar e Bem que Se Quis, seu maior sucesso do início da carreira e que a projetou como nova estrela da MPB. "Essa música é de um compositor napolitano maravilhoso chamado Pino Daniele, que eu conhecia e gostava muito na época em que eu morei na Itália. Nelsinho Motta fez uma versão e é a única música inédita do meu primeiro álbum. É a canção que me apresentou ao grande público, que até hoje todo mundo canta junto. Marcou uma época, não só pra mim mas para muitas pessoas".

SERVIÇO
Artista: Marisa Monte
Show: Portas
Local: Concha Acústica (Campo Grande)
Quando: Sexta e Sábado (6 e 7), 19h
Ingresso: R$ 240 | R$ 120 (arquibancada); R$ 480 | R$ 240 (camarote)
Venda: bilheteria do TCA e Sympla.com.br

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