Grande Curitiba Largo da Ordem

Guarda municipal investigado por atirar e matar jovem no Largo da Ordem, em Curitiba, é indiciado por homicídio doloso e lesão corporal

Jovem de 22 anos morreu baleado, e outras duas pessoas ficaram feridas, após uma confusão em setembro de 2021; guarda indiciado foi demitido pela prefeitura no início do mês.

Por RPC Curitiba

27/04/2022 às 16:17:32 - Atualizado há
Polícia indicia Guarda Municipal por homicídio doloso

A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o guarda municipal investigado por ter atirado e matado um jovem de 22 anos no Largo da Ordem, em Curitiba, por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e lesão corporal.

O indiciamento foi assinado pela delegada Daniela Correa Andrade, na terça-feira (26). O guarda havia sido demitido pela Prefeitura de Curitiba, no início do mês de abril, por ter "infringido a conduta do cargo".

O jovem Matheus Silva Noga foi morto no dia 11 de setembro de 2021, depois de uma confusão no Largo da Ordem.

Além dele, outras duas pessoas foram baleadas e precisaram de atendimento médico no caso. No documento, além do homicídio, a delegada indiciou o guarda por lesão corporal grave, em relação a uma mulher que ficou ferida na situação, e por lesão corporal leve, relacionada a uma adolescente que também se feriu.

O agente estava afastado da função desde setembro de 2021. A arma que ele usava na ocorrência foi recolhida. Tanto a Polícia Civil quanto a corporação apuraram o caso e concluíram que os disparos partiram da arma do agente.

A delegada ressaltou no indiciamento que ainda há laudos que não ficaram prontos mas afirmou que foi possível, com as informações coletadas sobre o caso, concluir o inquérito policial.

O advogado do guarda municipal disse que recebeu com "muito respeito" a decisão da delegada, mas que o cliente não deveria responder por homicídio doloso.

"A defesa discorda frontalmente dos termos, principalmente das imputações ao homicídio doloso, porque este não foi o comportamento do GM para esta atribuição de dolo. Isso será agora submetido à ação penal, que irá demonstrar a ausência de comportamento com o fim de matar Matheus", informou.

Imagens

Câmeras de monitoramento registraram a movimentação na madrugada do dia 11 de setembro. Nas imagens, é possível ver que os equipamentos fazem movimentos constantes para gravar vários ângulos diferentes.

Em um dos trechos, é possível visualizar que um carro da Guarda Municipal chega e estaciona ao lado da Igreja do Rosário. Em seguida, a multidão começa a se dispersar.

Quando a maior parte das pessoas já havia saído do entorno do "cavalo babão", o guarda municipal Alessandro Toso que estava próximo do carro da corporação atira.

Segundo as investigações, foram dois disparos, um deles de munição não-letal e outro com munição letal.

Três pessoas que estavam no grupo foram atingidas. O jovem Matheus Noga, que estava com amigos, foi baleado pelas costas. No vídeo, em seguida, as pessoas aparecem correndo para longe do veículo da guarda.

Segundo testemunhas, depois de ser baleado, Matheus continuou caminhando para longe da equipe da guarda, até que, gravemente ferido, ele caiu no meio da calçada. O jovem foi carregado e, minutos depois, um carro da guarda chegou ao local.

Depois que o jovem foi amparado por outras pessoas, várias equipes da Polícia Militar (PM) se aproximaram, e a movimentação de policiais e guardas aumentou, conforme gravado pelas câmeras.

Enquanto esperam pela chegada de uma ambulância, policiais militares usaram lanternas para ver as lesões nas costas de Matheus que, no chão, parece não reagir.

Ele chegou a ser encaminhado a um hospital, mas não resistiu.

Os vídeos obtidos pela RPC não têm marcação de horário, portanto, não é possível saber quanto tempo depois chegou uma ambulância do Siate.

Nas imagens, é possível perceber o momento em que um socorrista faz o atendimento, tira a jaqueta do jovem e, depois, entrega para uma pessoa.

Segundo a família de Matheus, a jaqueta que ele estava usando ficou ensanguentada e cheia de perfurações. A peça foi encaminhada para a perícia.

Troca de munição

No boletim de ocorrência, o guarda municipal envolvido no caso relatou que havia "uma situação de confusão generalizada ocorrendo na frente da Igreja do Rosário. Várias pessoas se agredindo e, neste momento, a equipe tentava controlar a situação".

Conforme relatado pela equipe no documento, os tiros foram disparados "a uma distância de cerca de 20 metros de onde estava ocorrendo as agressões", e que, após os disparos, "a multidão que era de cerca de 400 pessoas se dispersou".

A equipe relatou no boletim ainda que, após alguns minutos, foi "abordada pela senhora informando que sua filha estava ferida. A equipe efetuou os primeiros atendimentos sendo acionado o Siate".

O guarda municipal Alessandro Toso disse que trocou a munição da arma que usava por uma menos letal e que fez dois disparos, com a intenção de repelir o que chamou de "injusta agressão".

A defesa do guarda municipal investigado disse que ele não teve a intenção de ferir ninguém e que o guarda não sabe explicar o motivo de a munição letal ter ficado na arma.

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