O parecer foi enviado a pedido da ministra CĂĄrmen LĂșcia, relatora da investigação, que cobrou um posicionamento sobre a situação do presidente após representações da oposição.
Inicialmente, o procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, pediu para investigar apenas o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, prefeitos e pastores envolvidos no esquema de cobrança de propina para liberação de verbas do MEC.
A nova manifestação é assinada pela vice-procuradora-geral da RepĂșblica Lindôra AraĂșjo, braço-direito de Aras. Ela diz que não hĂĄ elementos para colocar Bolsonaro no rol de investigados ou para a abertura de uma apuração paralela. Lindôra argumenta que, caso surjam indĂcios de envolvimento do presidente em eventuais irregularidades, ele poderĂĄ ser incluĂdo como alvo do inquérito.
"Semelhantes elementos não são suficientes para inclusão do representado [Bolsonaro] como investigado pelos eventos em questão, eis que não apontam indĂcios da sua participação ativa e concreta em ilĂcitos penais", diz um trecho do documento.
Os pedidos para investigar Bolsonaro ganharam força depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou um ĂĄudio em que Milton Ribeiro afirma que o MEC atua com o objetivo de beneficiar os "amigos do pastor Gilmar" e que as portas do ministério teriam sido abertas ao balcão religioso de propinas pelo presidente. De acordo com a PGR, a "mera citação de autoridade" não é suficiente para a investigação.