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Jornalista sino-australiana é julgada por espionagem em Beijing

Por Da Redação

01/04/2022 às 15:45:35 - Atualizado há

A jornalista australiana de origem chinesa Cheng Lei foi julgada a portas fechadas em Beijing nesta quinta-feira (31), sob acusações de espionagem. Ela está presa desde agosto de 2020, após ser indiciada por fornecer segredos de Estado a estrangeiros. As informações são da rede NPR.

Falando à imprensa do lado de fora do tribunal, Graham Fletcher, embaixador da Austrália na China, tentou entrar no prédio para apoiar Cheng, mas foi impedido devido ao sigilo que envolve o processo.

“Isso é profundamente preocupante, insatisfatório e lamentável”, disse ele após ter sua entrada negada, acrescentando que “não podemos confiar na validade do processo que é conduzido em segredo”.

O governo chinês não forneceu detalhes sobre quais crimes Cheng, uma ex-âncora da versão em inglês da TV estatal chinesa CGTN, é acusada de ter cometido. Segundo Fletcher, Camberra continuará defendendo os direitos e interesses da jornalista, com base no acordo consular entre as duas nações.

Cheng Lei está detida há 19 meses (Foto: Web Summit/Flickr)

“Não temos informações sobre as acusações ou alegações contra a sra. Cheng”, disse Fletcher. “Isso é parte da razão pela qual estamos tão preocupados”, disse aos repórteres.

A Austrália reivindicou que dois oficiais fossem permitidos no tribunal, com base no acordo consular entre as duas nações, o que foi negado.

Os julgamentos na China geralmente são concluídos em um dia. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, o veredito será anunciado posteriormente. O país tem uma taxa de condenação de 99%.

Os familiares de Cheng relataram terem sido informados sobre o processo e agradeceram aos diplomatas australianos.

“Seus dois filhos e pais idosos sentem imensamente a falta dela e sinceramente esperam se reunir com ela o mais rápido possível”, disseram eles em um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da Austrália.

Por que isso importa?

A relação cordial entre China e Austrália começou a deteriorar em 2018, quando Camberra proibiu a Huawei de fornecer equipamentos para uma rede móvel 5G, citando riscos de interferência estrangeira. E teve piora em 2020, quando os australianos cobraram uma investigação independente sobre a origem do coronavírus em Wuhan, o que despertou a ira dos chineses.

Um documento de 14 páginas vazado de forma deliberada pela Embaixada da China na Austrália, em novembro do ano passado, já apontava a grave deterioração nas relações entre os dois países. Nele, Beijing acusava o primeiro-ministro Scott Morrison de “envenenar as relações bilaterais”.

A carta ainda culpava Camberra pelos relatórios “hostis e antagônicos” sobre a China na mídia australiana independente e pelos ataques ao acordo do Cinturão da Rota da Seda no estado de Victoria, onde fica Melbourne.

Fonte: A Referência
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