Outra proposta de metaverso é "The Sandbox". Lá, os usuários conseguem jogar, construir e negociar ativos virtuais, além de investir na criptomoeda SAND e também tomar decisões coletivas sobre a plataforma.
Os investimentos são feitos por meio das "lands", que são os terrenos que você pode comprar com Ethereum para construir experiências digitais: dioramas (o nome que se dá quando a maquete é uma representação exata, e não um modelo), jogos ou exibição de NFTs (tokens não-fungíveis).
O jogo foi criado para superar os existentes "Minecraft" e "Roblox" no sentido de dar aos criadores verdadeira posse de suas criações como NFT e recompensá-los pela participação deles no sistema.
Várias empresas já compraram um pedacinho de terra no "The Sandbox", mas os jogos e experiências virtuais que estão lá fazem o ambiente parecer um jogo normal com repositório de NFT. Do jeito que está ali, ainda é um ensaio para o metaverso.
Antes da pandemia, um dia normal seria definido por ter que se deslocar para ir ao trabalho ou à escola. Durante a pandemia, experimentamos coletivamente a rotina de trabalho e ensino à distância. Porém, com isso, ficou evidente que precisamos de novas maneiras de conviver, que tragam realismo para as interações.
A gente tem uma série de desafios para popularizar o metaverso. Entre eles:
Ou seja, em um país com inseguranças relacionadas ao dinheiro fica difícil ainda imaginar o metaverso aqui. O mais provável que aconteça é um acesso desigual ao ambiente, o que deve aumentar a desigualdade social no país.
Na visão de Richard Uchoa, CEO da LEO Learning, existem três questões que são amplamente debatidas: a privacidade; a liberdade de criação, interação e consumo de conhecimento; e os impactos ambientais.
Porém, ele destaca um quarto ponto que precisará ser trabalhado, que vou chamar de "o legado da pandemia do coronavírus". Nesse tópico, entram o trabalho remoto, a mudança nos modelos de gestão, o modelo ultrapassado das universidades e a saúde mental.
"A tecnologia tem sido um facilitador para as pessoas aprenderem nesse novo momento, mas cuidar dos testes, aprender com as experimentações do metaverso e fazer com que os momentos de conexão das pessoas no mundo virtual seja produtivo e faça sentido é um terreno que ainda tem muito para se trabalhar", explica Uchoa.
Outro ponto comentado pelos especialistas entrevistados pelo Olhar Digital diz respeito ao acesso ao metaverso. De acordo com Ohmar Tacla, CEO da VRGlass, existe a limitação imposta pelos hardwares, já que "alguns dos metaversos públicos mais populares exigem um computador com alta memória RAM e placa de vídeo dedicada, além de não funcionarem em celulares". E, mesmo em empresas em que há o equipamento, existe a limitação do download dos programas, pois há o bloqueio pelo departamento de TI ou pelo firewall corporativo.
Já Fábio Costa, CEO da especializada Agência Casa Mais, chama atenção para o acesso limitado de um avatar pela existência de múltiplos ambientes virtuais que não se comunicam: "Acredito que o maior desafio do metaverso, além dos preços dos hardwares que não são acessíveis para a maioria da população mundial, no qual dificulta a entrada em massa para esse novo universo, é a "centralização" desse mundo virtual, para que eu possa utilizar o meu avatar com as skins que comprei em todo lugar que exista o metaverso".
No quesito segurança, Júlio Cesar Fort, sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security, pondera que por mais que haja protocolos criptográficos na blockchain, tecnologia utilizada no metaverso, ela em si nem sempre é o bastante.
"Quando pensamos no usuário, o phishing é um dos problemas mais antigos e conhecidos na Internet, e é usado por hackers como porta de entrada para invasões e roubos de dados desde os primórdios da computação. Phishing continua sendo um enorme problema para usuários da web3 – um problema antigo e conhecido, que a blockchain não soluciona – onde vários roubos de ativos digitais e NFTs ocorreram através de sites falsos que se ligavam à carteira MetaMask da vítima, que tem sua carteira digital de ativos esvaziada", esclarece.
Além disso, Fort pontua outras lacunas deixadas pela blockchain: falhas de segurança no front e back-end dos serviços de metaverso, carteiras digitais e vulnerabilidades em smart contracts.
Já em privacidade, Tacla complementa que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) impõe dificuldades para criar campanhas para colaboradores usando plataformas de metaverso públicas, pois elas exigem armazenamento de dados pessoais dos funcionários.
Agora que você já sabe o básico do metaverso, que tal nos aprofundarmos com perguntas específicas? Separamos as principais dúvidas sobre o metaverso para serem respondidas.
Existem duas respostas para essa pergunta. A primeira, indo direto ao ponto, é assim: você escolhe um ambiente como o "Decentraland" ou "The Sandbox" e compra um terreno lá usando sua carteira digital.
O que nos leva à segunda resposta. Na teoria, o metaverso é descentralizado. Ou seja, não existe um dono dele, assim como não existe um dono da web. Mas, na prática, o que vemos é que você ainda tem que acessar um game para ter acesso a experiências virtuais. Não adianta você criar um metaverso sem um local para hospedá-lo.
Neste sentido, o metaverso é diferente de um site. Ainda que existam alguns poucos navegadores, você consegue acessar qualquer site a partir deles, você não precisa de um navegador específico para acessar uma rede social e outro para acessar um jogo online. Agora, se você cria uma experiência no "Decentraland", ela não será acessada no "The Sandbox".
Com a cotação de 17 de março de 2022, o terreno mais barato no "Decentraland" custa R$ 58.991,93 (4,175 Ether) e no "The Sandbox", R$ 39.802,24 (2,8169 Ether). Além dessas duas plataformas, você pode encontrar terras no "Cryptovoxels" e "Somnium Space".
A maior venda feita no "The Sandbox" foi para a Republic Realm, que gastou US$ 4,3 milhões em terrenos virtuais e a Tokens.com, que comprou US$ 2,4 milhões no "Decentraland".
Sim, dá. É um tipo de investimento especulativo e a longo prazo. Você compra hoje com a ideia de que o terreno vai valorizar e você vende por um valor maior no futuro.
Eu usei o termo especulativo não apenas porque você tem que acreditar que o metaverso vai vingar, mas também porque muitos terrenos grandes estão disponíveis em locais que ainda não tiveram muitas vendas para empresas. Isto é, você não sabe quem vai ser seu vizinho.
Como eu disse em outros momentos, as principais plataformas do metaverso são descentralizadas. Com isso, você precisa de uma moeda universal que sirva ao propósito de comprar e vender nesses ambientes. E a criptomoeda traz essa possibilidade, além de trazer mais segurança para as transações pelo método que ela funciona. Se você tem dúvidas, leia este nosso outro artigo sobre o que são criptomoedas.
Como a ideia do metaverso é ser um ambiente realmente descentralizado, você vai precisar realizar transações financeiras e de ativos digitais de forma segura. Atualmente, a melhor forma de fazer isso é usando a tecnologia blockchain.
Veja nosso guia para entender o que é e como funciona o blockchain.
O metaverso não é perigoso na fase de desenvolvimento que está hoje. Na verdade, atualmente, ele chega a ser mais seguro do que a internet. Ainda assim, existem os perigos normais, como golpes e dados roubados.
Porém, à medida que o metaverso se tornar mais complexo e onipresente aumentarão os desafios de manter a segurança de seus bens e arquivos e também sua privacidade protegida.
Não, existem outras empresas que têm seus próprios projetos no metaverso. Porém, a Meta é uma das cinco gigantes de tecnologia e é dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, as principais formas de comunicação da atualidade.
Existem duas maneiras de você investir no metaverso. A primeira delas é comprando terrenos e moedas digitais ou criando NFTs dentro das plataformas do metaverso. A segunda, é no mundo aqui fora, comprando criptomoedas, ações das empresas que desenvolvem o metaverso ou fundos ETFs.
Para responder essa pergunta, a gente vai ter que especificar o que consideramos como metaverso. Se usarmos a visão futurista de Spielberg em "Jogador Nº 1", a resposta vai ser que não temos nada ainda como a plataforma fictícia "Oasis".
Agora, se adotarmos a noção de um ambiente baseado em blockchain em que os usuários interagem com avatares, temos os metaversos descentralizados "The Sandbox", "Decentraland" e "Cryptovoxels" e o centralizado "Somnium Space". Desses quatro exemplos, apenas "Cryptovoxels" e "Somnium Space" são compatíveis com óculos de realidade virtual.
Agora você sabe tudo sobre o que é o metaverso e o potencial que essa plataforma tem não apenas para jogos, mas também para o e-commerce e as redes sociais.
Se você gosta de games, vai adorar dois guias que preparamos para quem quer saber mais sobre streams na Nimo TV e na Twitch.
Crédito da imagem principal: Stephan Sorkin / Unsplash