O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição muito ligada a idosos e pessoas mais velhas, porém, o nĂșmero de casos em jovens e pessoas de meia idade tem crescido bastante nas Ășltimas décadas. Hoje, aproximadamente 25% dos casos de AVC acontecem com pessoas com menos de 65 anos.
Uma pesquisa publicada em uma edição especial da revista Stroke, da American Stroke Association, identificou que mulheres com 35 anos ou menos tinham até 44% mais chances de sofrer um AVC no comparativo com homens na mesma faixa etĂĄria.
De acordo com os pesquisadores, ainda são necessĂĄrios mais estudos para determinar qual o papel do gĂȘnero no AVC isquĂȘmico em adultos jovens. No entanto, os dados mostram que existe a necessidade de prestar atenção em hĂĄbitos que possam aumentar os riscos de ocorrĂȘncia de AVCs precoces.
"Atualmente, hĂĄ mais casos de obesidade, diabetes e hipertensão na camada jovem e essas doenças estão diretamente relacionadas ao AVC", declarou a presidente da Rede Brasil AVC, Sheila Cristina Ouriques Martins. "HĂĄ, ainda, fatores como mĂĄ alimentação e sedentarismo, que aumentam o risco", destaca.
Um outro ponto de atenção para casos de AVC em jovens é o estresse, que aumenta significativamente o risco de ocorrĂȘncia deste tipo de problema. Uma pesquisa publicada na revista Lancet em 2021 apontou que pessoas que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham até 33% mais chances de ter um AVC no comparativo com quem trabalhava entre 35 e 40 horas semanais.
As mulheres ainda tĂȘm outros fatores que devem ser considerados, como o uso de pĂlulas anticoncepcionais orais, terapias de reposição hormonal, gravidez e puerpério. Associados ao tabagismo, esses fatores aumentam muito o risco de AVC em mulheres jovens e de meia idade, principalmente com mais de 40 anos.
Nas mulheres mais jovens, a incidĂȘncia de enxaqueca com sintomas visuais pode ser um fator de risco para o AVC. Além disso, também podem ser sinais de AVC a fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especificamente em apenas um lado do corpo. Confusão mental, alteração na fala, visão turva, desequilĂbrio, falta de coordenação, dificuldade para andar, tontura e fortes dores de cabeça.
No caso do AVC isquĂȘmico, a cada minuto que o paciente passa sem receber tratamento, são perdidos cerca de 1,9 milhão de neurônios. "Por isso, identificar rapidamente os sinais e o socorro ĂĄgil evita o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuĂzo à fala e diminui drasticamente o risco de morte", concluiu Martins.