Grande Curitiba Dignidade

Mulheres em situação de rua da cidade já recebem absorventes higiênicos

Por PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

17/03/2022 às 10:06:45 - Atualizado há
Distribuição de absorventes para mulheres em situação de rua. Curitiba, 11/03/2022. Foto: Andre Wormsbecker

Curitiba e São Paulo são as únicas capitais do país, além do Distrito Federal, a fazer ampla distribuição de absorventes higiênicos para as mulheres que vivem em situação de rua. É o que mostra um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo junto às prefeituras das capitais e no Distrito Federal, publicado na última semana.

Na terça-feira (8/3), o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um decreto que oferece proteção menstrual a partir da distribuição de ítens de higiene às mulheres em situação de rua, como absorventes íntimos. O objetivo da medida é facilitar o acesso a produtos de higiene no período da menstruação, o que, em Curitiba, já é realidade há quase três décadas.

"O fornecimento de absorventes em Curitiba é feito desde a implantação da Fundação de Ação Social, que este ano completa 29 anos de existência, e muito antes de o tema ser discutido em âmbito nacional", explica o presidente da instituição, Fabiano Vilaruel.

Como funciona

Em Curitiba, a distribuição de absorventes vai muito além da entrega do item apenas em unidades da assistência social, como acontece na maioria das cidades brasileiras.

Na capital paranaense, além das unidades de atendimento à população de rua, o item é fornecido pelas equipes da abordagem social da Central de Encaminhamento Social (CES) da Fundação de Ação Social (FAS), que circulam pelas ruas da cidade 24 horas, todos os dias.

Quando são abordadas, as mulheres recebem absorventes mesmo que de forma preventiva. Os produtos ficam em kits existentes em todas as Kombis do Resgate Social, onde há também álcool em gel e máscaras descartáveis. Neste mês, em comemoração ao Dia da Mulher, os itens de higiene estão sendo ofertados em pequenas sacolas com uma mensagem.

Consumo

Atualmente, a quantidade mensal de absorventes usados nos equipamentos e serviços da FAS, para adolescentes, mulheres vítimas de violência e mulheres em situação de rua, é de 620 pacotes, o que equivale a aproximadamente 4.960 unidades.

São atendidas, em média, 375 mulheres por mês, e também há distribuição por demanda em unidades como a Central de Encaminhamento Social 24 Horas, a Casa da Acolhida e do Regresso (CAR) e a Praça Solidariedade. Atualmente, Curitiba possui 249 mulheres em situação de rua, de acordo com o Cadastro Único.

A cota de absorventes é ampliada de acordo com a demanda, principalmente quando são abertas novas unidades de atendimento a mulheres pelo município.

Além da distribuição nas ruas, os absorventes são entregues às mulheres nas unidades de acolhimento e casas de passagem, nos Centros de Referência Especializados para Atendimento à População em Situação de Rua (Centros Pop), na Central de Encaminhamento Social 24 Horas e na Casa da Acolhida e do Regresso (CAR). Ao todo, são 19 unidades que ofertam o item de higiene, em toda a cidade.

Item caro

Desempregada, Lucimara Carvalho Laurindo, 24 anos, recebeu um pacote de absorventes durante a abordagem social feita pela equipe da FAS, na Praça Rui Barbosa, na tarde desta sexta-feira (11/3). "É sempre bom ganhar um pacote desses porque se a gente for comprar é muito caro", disse a mulher, mãe de dois filhos, que há dois dias está em situação de rua, depois de uma briga com a família.

Além do absorvente, Lucimara - que mora no Sítio Cercado - foi encaminhada pela equipe para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Bairro Novo, para que a equipe tentasse fazer o resgate familiar. Caso isso não fosse possível, ela seria encaminhada para uma unidade de acolhimento.

Patrícia, que preferiu não informar o nome completo, ficou feliz em receber absorventes. "Isso é muito importante para a gente, todos os meses", disse a mulher que vive em situação de rua há três anos e normalmente dorme na Praça Rui Barbosa.

Apesar de já ter sido acolhida pela FAS em vários momentos, Patrícia disse que prefere ficar na rua porque pode fumar a qualquer hora e local, o que não é permitido dentro das unidades da assistência social.

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