O teste rápido, feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê, pode mapear diferentes doenças genéticas e impedir que elas se desenvolvam
Obrigatório desde 1992 em todo o território nacional, em 2007 o Teste do Pezinho passou a integrar o calendário de datas comemorativas para reforçar a importância de fazer este exame já nos primeiros dias de vida da criança.
Basta retirar algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê para identificar ou não a existência de doenças genéticas, infecciosas ou metabólicas capazes de comprometer a qualidade de vida.
O médico pediatra e deputado federal Luciano Ducci (PSB) destaca a importância deste exame para que os tratamentos necessários sejam feitos da forma correta.
"Sem o teste do pezinho diversas doenças não seriam diagnosticadas. Hoje a gente identifica algumas doenças raras, de difícil diagnóstico. Quanto antes for feito, mais rapidamente entramos com o tratamento adequado", avalia.
Atualmente, o exame oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) faz o diagnóstico de seis doenças, número que chegará a 14, em diferentes etapas seguindo o cronograma do Governo Federal.
O Projeto de Lei que amplia esta oferta foi aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. De acordo com o texto, a mudança será feita de forma gradual e o prazo será fixado pelo Ministério da Saúde. A proposta já foi sancionada e deve entrar em vigor em até um ano.
Ducci comemora o avanço para a Saúde no país. O parlamentar acredita que seja um bom começo para o Brasil e defende cada vez mais a oferta de exames desta natureza.
"Quanto mais teste melhor. E agora a gente aprovou na Câmara Federal este projeto que amplia de seis para quatorze doenças. Então isso vai facilitar ainda mais a vida da nossa criançada ao identificar outras doenças pelo teste rápido do pezinho. É tudo para salvar a vida de muitas crianças. O diagnóstico precoce salva vidas. O teste é rápido e não dói nada"
Hoje, as seis doenças abrangidas pelo teste do pezinho são fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Com a nova lei, passam a integrar a lista hiperfenilalaninemias, hemoglobinopatias, toxoplasmose congênita, galactosemias, aminoacidopatias, distúrbio do ciclo de ureia, distúrbio de betaoxidação de ácidos graxos, doenças lisossômicas, imunodeficiências primárias e atrofia muscular espinhal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem até 8 mil doenças raras no mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 13 milhões de pessoas tenham algum tipo de doença rara, sendo a maioria crianças.
LUTA ANTIGA – A ampliação de testes capazes de diagnosticar doenças em crianças assim que elas nascem é uma luta antiga do deputado Luciano Ducci.
Enquanto prefeito de Curitiba, além dos exames já obrigatórios, implantou ao Programa Mãe Curitibana a oferta de outros diagnósticos como o teste do coraçãozinho, que auxilia na identificação de cardiopatias congênitas.
"Além do teste do coraçãozinho, no Mãe Curitibana nós incluímos de rotina o exame do HIV em todas as gestantes. Também incluímos o exame de toxoplasmose de rotina em todo pré-natal, salvando várias crianças da síndrome da toxoplasmose que é muito grave. E agora a gente espera que, com estes novos testes, outros diagnósticos sejam feitos para tratar bem as crianças", relembra Ducci.