O empresário José Elias Castro Gomes não é mais secretário da Transparência e da Governança de Foz do Iguaçu. Em carta, informa que tomou a decisão que considera a mais “assertiva” tanto para ele quanto para Prefeitura, após um longo período de reflexão. “Pretendo seguir apoiando boas causas, estejam elas presente em grandes ou pequenas estruturas de ação social”, ressaltou.
Zé Elias assumiu a titularidade da pasta logo após sua criação, em janeiro de 2021. Durante o período em que permaneceu no cargo, coordenou a equipe do processo administrativo da operação do serviço de transporte coletivo urbano de Foz do Iguaçu, possibilitando o decreto de caducidade (encerramento) do contrato com o Consórcio Sorriso, o que deve ocorrer no próximo dia 12 de março (sábado).
O agora ex-secretário lembra que geralmente, em momentos como esse, é comum as pessoas falarem “estou saindo de cabeça erguida”. No entanto, esta expressão não se se aplica ao seu caso por alguns motivos. “O primeiro deles é que a sentença pressupõe uma sensação de orgulho que beira ou transcende a fronteira da arrogância”.
“Sou uma pessoa simples e que não se propõe a empinar o nariz para se mostrar autoconfiante, me soa como um recurso desnecessário”, afirmou. O segundo ponto, de acordo com ele, é que a expressão deduz que estar “de cabeça erguida” é desfilar com certa indiferença ou até mágoa para com os que ficaram, “o que não é aderente ao meu contexto”.
Zé Elias agradeceu aos colegas de pasta e colaboradores da Prefeitura e diz ter muito “apreço e admiração pelo Prefeito Chico Brasileiro, estimando a ele uma continuidade de jornada pautada pela sabedoria, liderança e empenho na melhoria das condições de nossa população e da nossa cidade”. A partir de agora, o empresário vai avaliar os últimos acontecimentos para “identificar as pegadas” que deixou.
A criação da Secretaria de Transparência e Governança fez parte da reestruturação administrativa do Executivo municipal e conta com a Diretoria de Gestão da Transparência e Compliance. A pasta foi criada com objetivo de fortalecer os mecanismos e instrumentos de prevenção à corrupção e fraudes no âmbito da administração do município.
Sob sua gestão, Zé Elias lembra que encaminhou a criação do fundo anticorrupção, “um dos projetos que muito me orgulham”, porém lamentou o destino do mesmo ao ser conduzido à Câmara dos Vereadores. “Sua continuidade e execução foram inviabilizados, sepultando um marco que serviria de exemplo para todo o país”, afirma.
“Mas os passos foram dados na direção do combate ao uso indevido do dinheiro público”, ressaltou. O empresário diz que agora será um cidadão de Foz do Iguaçu e que vai voltar as atenções a atividades que deve executar e que podem e devem fazer parte da rotina de todos. “Estou me referindo à necessidade de mais e mais pessoas participarem de forma ativa das decisões do executivo, do legislativo e até do judiciário”.
“A omissão é um luxo inconveniente e indesculpável. Quando abrimos mão de participar estamos deliberadamente colocando na periferia de nossa visão nosso presente e também o futuro de nossos filhos e netos”, adiantou. Todo morador da cidade, de acordo com o empresário, tem um papel social, independentemente de estar em cargo público ou não.
Segundo ele, todos os objetivos que traçou antes de entrar no cargo foram alcançados. “Começando pelo primeiro e mais importante de todos: o de não cruzar os braços e aceitar o desafio, mesmo sabendo de seu peso e até de sua quase impossibilidade”. Zé Elias conclui destacando que sai convicto de que “muitos estão dando o seu melhor na esfera pública, e que, de algum modo, serão devidamente recompensados”.
Fonte: GDia
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