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Mãe e padrasto de jovem autista encontrado morto com sinais de maus-tratos são indiciados por homicídio, tortura e cárcere privado

Por Da Redação

28/02/2022 às 13:50:57 - Atualizado há
Câmeras de segurança mostram movimentação na casa antes de Rômulo ser encontrado morto, em Ponta Grossa; investigação aponta que agressão de padrasto levou menino à morte. Defesa vai aguardar fim do inquérito para se manifestar. Imagens mostram movimentação antes de menino com autismo ser encontrado morto

A Polícia Civil indiciou por homicídio triplamente qualificado, tortura e cárcere privado a mãe e o padrasto do menino autista que foi encontrado morto com sinais de maus-tratos em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

Rômulo Luiz Fernandes Borges foi encontrado morto em 18 de fevereiro com um ferimento na testa.

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Segundo o delegado Luiz Gustavo Timossi, as provas coletadas indicam que o padrasto agrediu com violência Rômulo, resultando na morte do jovem, e que o local do crime foi alterado antes da chegada do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Ainda conforme Timossi, a investigação provou que a vítima de 19 anos era mantida amarrada e amordaçada em cárcere privado dentro de um banheiro desativado insalubre da residência.

As investigações ainda apontaram que no momento da ligação para os socorristas, o menino já estava morto. A Polícia Civil também identificou contradições no depoimento da mãe e do padrasto no dia do crime.

Imagens obtidas por câmeras de segurança, segundo a PC, revelam parte da movimentação dos suspeitos momentos antes do corpo do jovem ser encontrado. Assista nas imagens acima.

Apesar de não estar presente no momento da cena, o delegado esclareceu que a mãe da vítima foi indicada por "ter se omitido em seu dever de garantir a segurança de seu filho" e também ter "permitido que a vítima fosse sistematicamente agredida".

A Polícia Civil informou ainda que não concluiu o inquérito pois um novo prazo foi solicitado para outras etapas da investigação, inclusive com reconstituição do crime.

Procurada, a defesa do casal afirmou que não vai se manifestar até a conclusão das investigações.

Rômulo Luiz Fernandes Borges foi encontrado morto na sexta-feira (18) com um ferimento na testa

Divulgação/Aproaut

Imagens

Imagens registraram movimentação na casa antes de Rômulo ser encontrado morto

Reprodução/Câmara de segurança

As imagens mostram a movimentação na casa na manhã do dia 18 de fevereiro, registrando a saída da mãe da vítima por volta de 8h40.

Quase 15 minutos depois, o padrasto de Rômulo aparece na garagem usando o telefone. Ele entra na casa às 8h58 e sai um minuto depois, ficando na garagem por cerca de cinco minutos.

Neste instante a mãe da vítima chega, corre até o portão e encontra o padrasto na garagem. Eles entram juntos na residência.

A câmera registra ainda que às 9h07 o padrasto sai novamente da casa, e parece falar ao celular, retornando para a residência na sequência. Sete minutos depois, ele volta até a garagem com o filho menor no colo.

Às 9h21, uma ambulância do Samu passa em frente à residência.

Um minuto depois, o casal aparece na garagem e o padrasto vai até a rua, acenando para a ambulância. Às 9h23, a equipe do Samu entra na casa.

Investigação

De acordo com o delegado, o padrasto afirmou no dia do crime que a vítima tinha tido uma crise de convulsão e que ele iniciou uma massagem cardíaca no jovem, ligando para a mãe sem interromper o procedimento.

As imagens, conforme a polícia, desmentem a afirmação pois mostram que no horário em que o padrasto afirmou estar fazendo massagem ele estava, na verdade, no telefone do lado de fora casa.

Ainda conforme as investigações, os primeiros relatos de agressão contra Rômulo aconteceram em 2018, quando a mãe da vítima começou o relacionamento com o padrasto.

Por não conseguir se comunicar verbalmente, Rômulo "não tinha qualquer chance de denunciar os abusos sofridos", ressaltou o delegado.

Vizinhos informaram que a família estava morando no local desde o início de 2022 e que sabiam que o casal tinha dois filhos, de um ano e outro de três anos, mas não sabiam da existência do jovem.

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