A crise hídrica que o país inteiro enfrentou nos últimos dois anos deixou legados. No agronegócio, não foi diferente. No campo, a relação entre solo e água é intrínseca e preservar a qualidade do solo nas áreas rurais impacta diretamente na qualidade da água. No Paraná, segundo dados do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), o agronegócio é responsável por cerca de 35% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual e responde por cerca de 6% do PIB nacional.
O estado é o segundo maior produtor de grãos do país. Mas, nos últimos anos, esse cenário ganhou um novo elemento: a crise hídrica. E, de acordo com Bruno Vizioli, que faz parte do Departamento Técnico e Econômico da Federação da Agricultura do Paraná, Sistema Faep/ SENAR-PR, o produtor rural está mais consciente que as mudanças climáticas impactam diretamente na produção e quem preserva mais, sofre menos em períodos de seca:
Bruno explica ainda que os próprios dados coletados durante o período de escassez hídrica mostram que as regiões paranaenses que, mesmo antes da emergência hídrica decretada pelo governo, já tinham o solo mais preservado sofreram menos com a falta de chuvas:
A Sanepar, companhia de saneamento do Paraná, está elaborando um estudo para traçar o diagnóstico de 14 bacias hidrográficas do estado. O projeto vai envolver mais de 5 mil produtores rurais em 26 municípios.
Segundo o diretor de meio ambiente e ação social da Companhia, Julio Gonchoroscky, o mapeamento vai pautar a elaboração de políticas de manejo e identificar os riscos para os mananciais de água utilizados para o abastecimento da população:
No Brasil, preservar os recursos hídricos é lei. De acordo com o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, regulamentado pela lei de 1997, prevê punições para quem não atrelar a gestão dos recursos hídricos à gestão ambiental.
Reportagem: Angela Luvisotto