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Avril Lavigne diz que ficou 'em êxtase' ao ver que adolescentes voltaram a ouvir emo e pop-punk

Por Da Redação

24/02/2022 às 22:18:04 - Atualizado há
Cantora fala ao g1 sobre 'Love sux' pop-punk, estilo que volta às paradas. Ela elogia Olivia Rodrigo, relembra adolescência no skate, dá dicas de juventude e explica fotos polêmicas com fãs no Brasil. Avril Lavigne volta com álbum 'Love sux'

Divulgação

Se o novo álbum de Avril Lavigne fosse uma manobra de skate, seria um "kickflip". É assim: o skatista dá um salto e continua seguindo na mesma direção enquanto fica suspenso no ar, esperando o skate dar uma volta completa e se encontrar com ele no chão de volta.

"Love sux" é um pulo desse jeito, que termina igual ao início. Avril viu a indústria musical girar 360º e voltar aos seus pés. Os novinhos que tinham deixado o rock para trás estão ouvindo emo e pop-punk de novo.

O 7º álbum dela, que sai nesta sexta-feira (25), é uma volta às raízes da menina que descobriu Green Day, largou a escola, assinou um contrato com gravadora e estourou com "Complicated" e "Sk8er boI".

A cantora que vem ao Rock in Rio 2022 diz ao g1 que ficou "em êxtase" ao descobrir que o estilo que ela dominou há 20 anos e que passou uma década em baixa estava bombando de novo com os adolescentes. A conversa é dividida em três partes:

Ela relembra as tais raízes punk-pop resgatadas em 'Love sux' e diz que passou anos ouvindo pedidos para ter 'menos rock' e ter 'menos guitarras' nos discos.

Avril retribui elogios de Olivia Rodrigo, fala sobre sua influência para mulheres no estilo e dá dicas a elas.

Avril conta como o skate mudou sua vida, dá segredos para não envelhecer e explica as polêmicas fotos distante dos fãs em 2014 no Brasil.

Ouça abaixo a conversa completa em podcast. Em seguida, veja as três partes em vídeos e em texto.

1 - 'Love sux': o álbum 'mais alternativo'

Ela relembra as tais raízes punk-pop resgatadas em 'Love sux' e diz que passou anos ouvindo pedidos para ter 'menos rock' e ter 'menos guitarras' nos discos.

Avril Lavigne fala sobre sua volta ao Pop-Punk

g1 - Quando você era mais nova, o que te atraiu para o pop-punk? O que você achou em bandas como NOFX e no Green Day que foi importante para você?

Avril Lavigne - Ouvindo essas guitarras agressivas e a atitude das bandas de rock com esse estilo eu me liguei muito a isso. E a angústia... Quem não ama uma boa canção de rock? Era isso que me movia. Bandas como Offspring, NOFX, Green Day, Blink (182), eram as coisas que me inspiravam na escola, quando eu era muito jovem, antes de ser contratada. Era o que eu achava legal. Eu queria tocar guitarra e fazer rock também. Então aprendi guitarra e fui me tornar quem sou.

g1 - Na década passada parecia que o rock estava no fim. Você ouviu muito isso, pessoas te pedindo para colocar menos rock e menos guitarra nas músicas?

Arvil Lavigne - Rolou, com certeza, com várias gravadoras ao longo dos anos. Teve uma época em que as rádios não tocavam músicas que tivessem guitarras. Então minha gravadora queria que eu me afastasse. Baterias ao vivo estavam "datadas" e guitarra elétrica estava "datada".

Alguns discos são um pouco mais suaves. É bom evoluir e tentar coisas diferentes, e eu fiz isso. Porque não posso continuar fazer a mesma coisa sempre.

Mas meus shows sempre foram muito elétricos: guitarras altas, bateria ao vivo, super rock. Sempre mantive meu show assim. Isso é quem eu sou de verdade, de coração.

Este é o meu sétimo álbum e é o mais alternativo, do início ao fim. Eu queria fazer esse álbum desde sempre, e finalmente achei pessoas que realmente me entendem. Fez sentido esse tipo de álbum a essa altura da minha carreira. É um dos meus discos preferidos, com certeza.

g1 - Como foi que você percebeu que o pop-punk tinha voltado e era popular com pessoas mais novas de novo?

Avril Lavigne - Fiquei em êxtase, de verdade. Quando vi o álbum do Machine Gun Kelly chegar ao número 1, um artista de rock com canções de punk pop... Vi a evolução dele do rap para um álbum de pop punk tão bem feito. Ele trabalhou com amigos meus, como Travis Barker. Ver o sucesso dos dois foi muito animador. São conhecidos meus, então acabamos trabalhando juntos nas minhas coisas.

É bom ver esse estilo indo bem e tendo o seu momento de novo. Os estilos vão mudando em ciclos. Mas eu estou muito feliz que a nova geração está redescobrindo bandas antigas e curtindo rock agora. E que as rádios estão tocando e aceitando.

g1 - Eu sei que 'Love sux' tem um som parecido com o primeiro. E o processo de gravação? O quão diferente ou parecido foi produzir este álbum novo, comparado com o começo?

Avril Lavigne - Eu era tão jovem no meu primeiro disco... Gastei muito tempo tentando saber com quem trabalhar, testando pessoas diferentes. Isso deu muito trabalho, porque eu sabia o que eu estava tentando fazer. Musicalmente eu queria fazer algo legal, inspirada em rock. E na época as pessoas pensavam que eu devia ser uma garotinha fazendo pop chiclete. Então foi um desafio.

Já nesse álbum... Eu me conheço a essa altura, sei o tipo de álbum que eu queria fazer. Coloquei um time em volta de mim, trabalhei com um monte de pessoas super talentosas da cena pop-punk, que me entende como artista. Foi muito fácil fazer esse tipo de música com eles. Não teve muito esforço.

2 - Olivia Rodrigo e o pop-punk das minas

Avril retribui elogios da cantora de 'Good 4 u', fala sobre sua influência para mulheres no estilo e dá dicas a elas.

Avril Lavigne fala sobre Olivia Rodrigo e o Pop-Punk das mulheres

g1 - No ano passado rolou um momento fofo com você apresentando um prêmio para a Olivia Rodrigo em um evento da revista 'Variety'. Ela disse que era sua fã, e isso fica claro em 'Good 4 U', tanto na música quanto no vídeo. O que você acha do sucesso dela?

Avril Lavigne - O sucesso dela tem sido incrível de acompanhar - ver alguém escrevendo músicas de uma perspectiva crua, que e parece uma cantora-compositora tão verdadeira, falando das suas experiências. O que é legal nela é que pessoas de todas as ideias podem se identificar com as músicas. É incrível ver outra mulher se dando tão bem na música, com canções que se conectam com as pessoas nesse nível.

g1 - Quando você começou, não era tao comum ver mulheres cantando pop-punk. Depois de você vieram muitas. Você acha que foi responsável por abrir as portas do estilo para elas?

Avril Lavigne - Não sei, mas elas dizem isso para mim, que minha música foi uma inspiração para elas. E isso me dá orgulho de verdade, é muito legal. Sempre que vejo uma mina no rock, acho incrível.

g1 - Você disse que seu álbum é, além de outras coisas, uma 'carta de amor para as mulheres'. O que você aprendeu na sua carreira que queria dizer às mulheres hoje?

Avril Lavigne - Ter uma voz e ter um poder próprio, se valorizar e não deixar ninguém te controlar, ditar a mensagem de sua música.

Uma coisa que mudou na minha vida é que hoje eu acho muito mais fácil dizer não do que dizer sim.

Esse é meu sétimo álbum e eu escrevi sobre o amor durante muitos anos. Quando você envelhece, tem muito mais experiências e perspectivas. Então é importante para mim passar esse tipo de mensagem.

3 - Skate, juventude e meme no Brasil

Avril conta como o skate mudou sua vida, dá segredos para não envelhecer e explica as polêmicas fotos distante dos fãs em 2014 no Brasil.

Avril Lavigne relembra suas voltas de skate e suas vindas ao Brasil

g1 - Eu sei que você tem uma pista de skate em casa. Com qual frequência você usa?

Avril Lavigne - Eu moro em Malibu, e eu andei muito de skate nos primeiros seis meses aqui. Não ando tanto agora, mas tenho certeza que no verão vou andar muito mais.

Comecei a andar de skate na escola, e ele passou a fazer parte da minha vida. Comecei a andar com os meninos, usar roupas largas, sempre causava problemas, era suspensa. Eu era um "tomboy" (menina que parece menino).

Aí eu saí da escola quando tinha 15 ou 16 anos, arrumei um contrato de gravação e fui para a cidade fazer meu disco. Eu andava um pouco de skate na cidade. Em Nova York é mais difícil. Depois fui para Los Angeles. Eu ia andar de skate um pouco em Venice Beach. Mas aí eu entrei em turnê e estava sempre viajando. Às vezes eu andava de skate no backstage das arenas na turnê.

Eu não sou uma skatista doida que sabe fazer aquelas manobras. Mas eu amo andar e gosto do esporte. Não pratico tanto, mas queria voltar.

g1 - As pessoas aqui amam o fato de que você não parece envelhecer. Eu já vi você dizendo que seu segredo era comer só comidas orgânicas e beber cerveja às vezes. É verdade? Tem outro segredo?

Avril Lavigne - (Risos). É só isso que eu faço, comer orgânicos e beber um pouco de cerveja. E eu bebo suco verde e mantenho o equilíbrio. Não sei, deve ser genético, para ser sincera. Eu evitava pegar sol até uns anos atrás, mas agora pego. E gosto de comidas frescas e vegetais. Não sei se isso faz diferença. Talvez isso mesmo, comer bem. Sim: comer orgânicos e beber cerveja (risos).

g1 - As pessoas te adoram aqui no Brasil, mas em 2014 você fez um 'meet and greet' (encontro com fãs) e os fãs apareceram muito longe de você nas fotos. Eu sei que os brasileiros abraçam muito e podem assustar outras pessoas. Você lembra desse meet and greet?

Avril Lavigne - Sim, eu me lembro.

Infelizmente foi um pouco estranho, porque tinha uma equipe de segurança que pedia para as pessoas ficarem calmas, mas não sei o que diziam, porque eu falo outra língua. Acho que isso pegou mal para mim, porque tinha um buraco entre nós, mas não dá para deixar todo mundo feliz.

Eu fiz millhões de meet and greets em toda a minha carreira e isso nunca foi um problema - até uma viagem com uma equipe de segurança traduzindo em uma língua difernete um pedido para uma multidão muito barulhenta um pedido para ficarem calmos e seguros.

Mas foi o que foi. Eu amo meus fãs, estou muito grata de continuar aqui fazendo música. Esse é o motivo de estar aqui.

g1 - Esperamos te ver aqui no Brasil.

Avril Lavigne - Vou estar aí para o festival (Rock in Rio). Estou muito animada, porque tem um tempo que eu não vou aí. Estou empolgada para voltar.

Minha mensagem para meus fãs brasileiros é: muito obrigada por me apoiarem incrivelmente nos últimos 20 anos. Eu sinto o amor de vocês a milhas de distância. Vocês são tão apaixonados, e eu vejo todas as mensagens no Instagram, no Twitter, tudo. Vocês falam muito alto e eu posso sentir sua paixão. Vejo vocês daqui. Obrigada por esse amor por minha música. Estou esperando muito para voltar, vai ser muito divertido.

Avril Lavigne no VMA 2021

Evan Agostini/Invision/AP
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