Kassab pisca para Lula e admite apoiá-lo ainda no primeiro turno

À coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD, fundado como um partido que não seria de direita, nem de esquerda, nem de centro, piscou para Lula.

Ele admite que começou a ganhar adeptos no partido a tese de apoiar Lula ainda no primeiro turno para que suceda o presidente Jair Bolsonaro a partir de janeiro do próximo ano.

Os que defendem a ideia argumentam que isso consolidaria a imagem de Lula como um candidato de centro, e assim ele poderia liquidar a fatura da eleição sem precisar disputar o segundo turno.

Elege-se no primeiro quem tiver mais votos do que a soma dos votos dos demais candidatos. Em 1994, Fernando Henrique derrotou Lula com 54% dos votos válidos, e em 1998 com 53%.

Na mais recente pesquisa eleitoral do Datafolha, Lula aparece com 48% dos votos, bem à frente de Bolsonaro. Mas pesquisas retratam um momento que passou. Faltam 8 meses para a eleição.

Kassab diz que ainda prevalece no PSD "uma maioria que defende a candidatura própria" para presidente. Ou seja: de alguém filiado ao partido. O senador Rodrigo Pacheco (MG), por exemplo.

Lançado no fim do ano passado, o senador não confirmou até hoje se aceita de fato ser candidato. O que ele quer é se reeleger presidente do Senado. Kassab corre atrás de outro nome.

O de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, parece não ter dado em nada. Leite até toparia se os demais aspirantes a candidato da terceira via o apoiassem. Não apoiarão.

Aviso aos interessados: se os demais candidatos, inclusive Lula, concordarem em me apoiar no segundo turno contra Bolsonaro, eu topo ir para o sacrifício de disputar o segundo turno.