O FOV era composto por um chassi de 40 x 40 x 19 cm com uma plataforma em cima. Quatro motores foram conectados a quatro rodas de quatro polegadas, cada uma instalada em cada lado do esqueleto de metal. A caixa d"água transparente em cima da plataforma media 35 x 35 x 28 cm, sendo preenchida com um nível de água em temperatura ambiente relativamente raso de 15 cm, para reduzir as ondas de superfície enquanto o FOV estivesse se movendo.
O controle dos peixes sobre o veículo era habilitado por streaming do sinal de vídeo da câmera para o computador. O sistema realizava a segmentação e detecção para encontrar a localização e orientação dos animais no aquário e também impedia que o veículo colidisse com as paredes.
Os peixinhos dourados – Goldfish (Carassius auratus) – que dirigiram o FOV mediam de 15 a 18 cm de comprimento corporal e pesavam entre 80 e 120 gramas. Um total de seis peixes “motoristas” foram usados na pesquisa – uma fêmea, três machos e dois indeterminados.
Todos os experimentos com os peixinhos dourados foram aprovados pela Universidade Ben-Gurion no Comitê Institucional de Uso e Cuidado de Animais de Negev e estavam de acordo com os regulamentos governamentais do Estado de Israel.
Os peixes eram colocados em todos os lados de uma sala ambiente e tinham que dirigir até uma área-alvo marcada por uma linha de cor diferente das paredes brancas. Eles eram recompensados ??com comida se atingissem o local certo e pareciam melhorar conforme o experimento progredia, passando de 30 minutos para encontrar um alvo para depois alcançá-lo em 60 segundos.
O estudo mostra que mesmo peixes pequenos – frequentemente associados a tamanhos pequenos de cérebro – podem aprender e se adaptar a velocidades semelhantes até mesmo aos mamíferos mais inteligentes.
The fish were tasked to “drive” the vehicle towards a visual target in the terrestrial environment, which was observable through the walls of the tank. Indeed, the goldfish were able to explore the terrestrial environment, all while avoiding dead-ends and correcting inaccuracies. pic.twitter.com/RxPuzFbxkE
— Ronen Segev (@ronen_segev) January 3, 2022
Segundo autores do estudo, os peixinhos dourados foram capazes de dirigir o veículo, explorar o novo ambiente e alcançar o alvo, “independentemente do ponto de partida, evitando becos sem saída e corrigindo imprecisões de localização”.
“A forma como o espaço é representado no cérebro do peixe e as estratégias que ele usa podem ter tanto sucesso em um ambiente terrestre quanto em um aquático”, disseram. “Isso sugere universalidade na forma como o espaço é representado em todos os ambientes”.
Um veículo muito semelhante ao FOV foi mostrado há alguns anos, pelo Studio Diip, que desenvolve sistemas que fazem uso da tecnologia de visão de computador. Em um vídeo de 2014, uma câmera e um software de visão computacional são usados para fazer um peixe controlar um carro-robô sobre a terra.
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