Política Senado Federal

CPI das Fake News buscará parceria com Polícia Federal, TSE e Ministério Público

Por Da Redação

27/12/2021 às 13:53:20 - Atualizado há

Mas sua fala foi respondida pela relatora, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), para quem o foco da CPI é investigar quem financia, produz e distribui fake news.

— Alguns insistem em caracterizar fake news como fofocas, boato. Mas não é isso, não há essa ingenuidade. Há dolo, há a disseminação de notícias falsas com objetivos políticos, econômicos e outros os mais diversos. E isso tem que ser combatido — declarou a deputada.

Paulo Marinho

Outro ouvido em novembro de 2019 foi o empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), suplente do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ). Ele foi chamado porque o núcleo de comunicação do PSL (partido ao qual os dois eram filiados em 2018) funcionou numa residência de Marinho durante o processo eleitoral.

O empresário negou que algum "envio sistemático de notícias falsas" tenha sido feito da estrutura que funcionou em sua casa. O que funcionou lá, afirmou, foi a comunicação oficial do PSL, "não grupos radicalizados de extrema direita". Marinho, que rompeu com a família Bolsonaro durante o governo e fez críticas à condução das redes sociais destes grupos, que teriam como um de seus líderes o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

— Os bolsominions não são produtivos. Entendem que ou você está do lado do presidente, ou está contra o Brasil. Não há alternativa. É um pequeno grupo que se beneficia da falta do que fazer para atuar na internet. Um bando de desocupados que ficam colocando suas frustrações pessoais xingando os outros — afirmou.

Alexandre Frota

O deputado Alexandre Frota também prestou depoimento à CPI no final de 2019, com base em sua atuação na campanha de 2018, quando era aliado de Bolsonaro.

Ele denunciou a contratação pelo Palácio do Planalto de três assessores responsáveis por administrar páginas especializadas em fake news, antes das eleições. A CPI ainda ouviu sobre um suposto pedido de Jair Bolsonaro a Frota para que "não falasse" sobre a atuação de Fabrício Queiroz, ex-assessor do presidente. Frota e outra depoente, a deputada Joyce Hasselmann (PSL-SP), ainda disseram que gabinetes de aliados de Bolsonaro, tanto na Câmara quanto no Senado, também seriam usados no disparo de fake news. Para Frota, além de gabinetes parlamentares, "muito dinheiro público" também seria usado pra espalhar fake news em outros gabinetes no Poder Executivo.

A fala de Frota foi respondida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Para ele, a presença de Frota na CPI seria "um escárnio à sociedade brasileira". Eduardo Bolsonaro disse que Frota foi "apenas mais um que se aliou ao presidente por conveniência, e que traiu na primeira oportunidade".

Facebook

Com a volta aos trabalhos, a CPI deve investigar a remoção de páginas pelo Facebook.

Angelo Coronel lembra que em 2020 o Facebook (hoje Meta) cancelou 73 páginas supostamente ligadas a representantes do governo e familiares do presidente Bolsonaro. Os cancelamentos, tanto no Facebook quanto no Instagram, ocorreram porque as páginas empregariam ações proibidas, como o uso de contas falsas, envio de mensagens em massa e a adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença on-line.

O senador citou o próprio Facebook, quando em nota disse que "muitas dessas páginas eram usadas para pregar o ódio". Com base num requerimento, Coronel pediu o conteúdo das páginas canceladas.

Mas para o senador Flávio Bolsonaro, o cancelamento das páginas "foi censura, uma injustiça", como postou na época nas redes sociais.

"Minha solidariedade às páginas removidas por aparentemente apoiarem o presidente do Brasil. Prometo colaborar na divulgação das novas páginas de apoio a nosso governo", registrou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também cobrou mais dados do Facebook. Ele ressalta que os conteúdos removidos “eram sobre política, críticas à oposição, à mídia e a jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia”.

"Precisamos identificar todas as contas, além da listagem com todos os dados e a preservação de todo o conteúdo. É importante também todo o histórico de login efetuado nas contas, contendo o IP usado, datas e horas", pediu.

— Essas informações são essenciais para a investigação. O uso indevido do dinheiro público e os ataques à democracia tem que ser punidos — declarou na época o senador.

Para Humberto Costa, a remoção das páginas explicitou "a existência de uma organização criminosa que age dentro do Palácio e nos gabinetes de apoiadores do presidente”. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também registrou então que o Facebook "interrompeu milícias digitais regadas a dinheiro público e controladas pelo entorno do presidente”. O senador Jean Paul Prates (RN) disse que "usar a mentira como ferramenta política é tirar dos cidadãos o direito de escolher os caminhos do país com base na realidade. O escritório do ódio sabotou a saúde da população, minimizando a pandemia através de postagens falsas”.

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) comentou o caso em Plenário.

— Você pode continuar a discordar, mas valer-se da ocultação de sua identidade para agredir ao próximo? Quem gosta disso não são homens e mulheres de bem — opinou.

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