Segundo o curador da exposição e diretor de de Conhecimento e Criação do Museu do Amanhã, Leonardo Menezes, a mostra começou a ser trabalhada em 2017, quando tiveram início as viagens à região para retratar as diferentes dimensões atuais da Amazônia e quais são os cenários que se abrem para o futuro.
“A exposição fala sobre os diferentes tempos que coexistem na Amazônia hoje e sobre como podemos criar um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico, baseado em três eixos: no conhecimento científico, nos saberes e práticas das populações tradicionais e no compromisso com a floresta em pé”, disse Menezes na cerimônia em que a exposição foi apresentada para ipara convidados.
A exposição é a que tem o maior número de objetos da história do Museu do Amanhã a partir do reaproveitamento de peças de outras mostras que já passaram por lá, e a data da abertura coincide com o aniversário de seis anos deste importante espaço cultural da cidade.
O objetivo da exposição é estimular o público a refletir sobre as possibilidades de se envolver em um modelo de desenvolvimento que conserve a floresta em pé, principalmente pela união entre ciência e saberes tradicionais. Por isso, vai receber estudantes. “Como é que essa pauta de Fruturos-Tempos Amazônicos chega na favela? Como ela chega para várias crianças e adolescentes que sofreram processo de evasão nas escolas? É sobre isso que a gente está pensando, quando fala em convivência. Como a gente faz essa discussão chegar aqui para os vizinhos do museu?”, questionou Luana Génot, consultora para Convivência da instituição.
Para a indígena Vanda Ortega, da etnia Witoto, é preciso valorizar como os povos originários olham para a Amazônia. “A gente tem que falar das pessoas, porque são elas que mantêm a floresta de pé. É a partir do modo de vida dessas populações que vivem às margens dos rios e em seus territórios que ainda é possível contemplar o verde que se tem na região da Amazônia”, afirmou.
O vice-presidente executivo de Relações Institucionais e Comunicação da Vale e presidente do Conselho do Instituto Cultural Vale, Luiz Eduardo Osorio, destacou que, quando se realiza uma exposição como esta, mantém-se um diálogo e se traz um olhar sobre a cultura da floresta, que tem riquezas culturais muito representativas da presença humana na região, mas também onde se convive com a devastação, que precisa ser combatida, e com o garimpo ilegal. “Nossas empresas precisam ser preservadas e as grandes empresas têm um papel fundamental nisso”, afirmou.
O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IBG), que administra o Museu do Amanhã, Ricardo Piquet, disse que a proposta de pensar o futuro, a partir da criação dessa instituição da prefeitura do Rio, espalhou-se pelo mundo e hoje está associada a diversos outros equipamentos culturais. “A Fundação em Amsterdam, que se chama Museum of Tomorrow International, coordena uma aliança de museus de ciência orientados para o futuro, como o Museu do Amanhã. É nisso que a gente vê a ideia genial do museu, ao falar do amanhã, que provocou inquietações em outros museus”, disse.