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Resíduos industriais podem se transformar em substâncias ainda mais nocivas

Por Da Redação

16/12/2021 às 10:28:33 - Atualizado há

Resíduos de produtos químicos industriais, uma vez na atmosfera, podem se transformar em substâncias ainda mais nocivas e duradouras. É o que revela um novo estudo, liderado pela Environment Canada, que recolheu amostras de todo mundo para avaliar o perigo de diversos poluentes.

A Convenção de Estocolmo — tratado internacional que regula a emissão de substâncias tóxicas — avalia o grau de perigo de diferentes poluentes a partir dos seguintes critérios: quanto tempo permanecem no meio ambiente, o nível de toxidade e o quanto contaminam seres vivos.

Novas substâncias químicas derivadas dos resíduos originais foram identificadas em 18 grandes cidades, entre elas São Paulo (Imagem: Reprodução/John Liggio et al./Nature)

O novo estudo coletou amostras de todo mundo e observou produtos químicos jamais identificados na atmosfera, que estão presentes em 18 grandes centros urbanos como Lagos, Nova York, Tóquio e Varsóvia.

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No entanto, a pesquisa só considerou substâncias já conhecidas e, portanto, não foi possível avaliar como elas podem se transformar com o passar do tempo. Por isso, os pesquisadores sugeriram uma nova avaliação baseada em testes de laboratório e simulações.

A equipe liderada pelo pesquisador John Liggio, da Environment Canada, testou a nova análise com nove produtos químicos retardadores de chamas mais comuns na atmosfera. Em laboratório, foi observado como tais produtos mudaram ao longo do tempo quando em contato com oxidantes do ar.

Substâncias mais nocivas

Liggio e sua equipe descobriram que as nove substâncias deram origem a 186 outras diferentes. Ao compararem os novos produtos com as amostras de campo, eles constataram 19 derivados de cinco dos retardadores de chama — nenhum deles jamais identificados até então.

O estudo propõe que os programas de monitoramento do ar passem a considar os derivados dos resíduos industriais (Imagem: Reprodução/Domínio Público/Pixabay)

Na simulação, os pesquisadores avaliaram persistência, toxidade e bioacumulação das substâncias derivadas. Os resultados demonstraram que os produtos podem durar por mais tempo no meio ambiente e serem ainda mais tóxicos do que os resíduos originais — às vezes, até 10 vezes mais.

Os autores do estudo alegaram que a nova estrutura de análise deve abrir caminho para incluir produtos de transformação em programas de monitoramento de ar, “para priorizar produtos de transformação de grande preocupação para um exame mais aprofundado", acrescentaram.

Para Liggio, os resultados desta pesquisa são apenas a ponta do iceberg. "Provavelmente existem milhares de produtos químicos diferentes", acrescentou. Em estudos futuros, eles analisarão resíduos de pneus de veículos, antioxidantes e aditivos plásticos, além de avaliar a toxidade deles em campo. O estudo foi publicado em 15 de dezembro na revista Nature.

Leia a matéria no Canaltech.

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Fonte: Canal Tech
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