Justiça condena 4 réus por incêndio na Boate Kiss

SÃO PAULO, 10 DEZ (ANSA) – O Tribunal do Júri do Foro Central de Porto Alegre condenou os quatro réus acusados pelo incêndio na Boate Kiss nesta sexta-feira (10).

Porém, apesar da determinação de prisão do juiz responsável pelo caso, Orlando Faccini Neto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concedeu um habeas corpus e ninguém foi detido.

Após 10 dias de audiência, os quatro foram condenados por homicídio simples com dolo eventual: o sócio da boate Elissandro Spohr foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão; outro sócio, Mauro Hoffmann, recebeu uma pena de 19 anos e seis meses; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, foi condenado a 18 anos; e o auxiliar da banda, Luciano Bonilha, pegou 18 anos de prisão também.

A diferença nas penas se deu por conta da diferente atuação de cada um: Spohr recebeu a maior por ser dono do local e por ter decidido usar uma espuma não adequada no teto do estabelecimento, o que ajudou a disseminar o fogo. Já Hoffmann teve uma pena menor porque não participava desse tipo de decisão. A tragédia ocorrida no dia 27 de janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria matou 242 pessoas e deixou outras 636 feridas, sendo a maior parte dos atingidos jovens entre os 17 e os 30 anos.

Esse é o primeiro julgamento sobre o caso, que passou por diversos atrasos e problemas ao longo dos últimos oito anos.

O incêndio na Boate Kiss foi a segunda maior tragédia do tipo no Brasil, ficando atrás apenas do incêndio no Gran Circo Americano no Rio de Janeiro em 1961, que matou 503 pessoas. (ANSA).