O governo da Rússia bloqueou, nesta terça-feira (7), o acesso dos usuários do país ao site oficial da rede Tor, que contém informações sobre o projeto e tutoriais de acesso e compartilhamento de redes para utilização por terceiros. De acordo com o Roskomnadzor, entidade responsável pelas comunicações, tecnologia da informação e mídia, o banimento aconteceu pelo fato de o sistema promover o acesso a conteúdo proibido no território.
Agora, a página oficial do projeto Tor faz parte de uma lista cada vez maior de domínios retirados do ar por diferentes motivos, que vão desde o que o governo chama de “propaganda gay” até páginas e redes usadas para criticar o Kremlin ou promover protestos. No caso da tecnologia, o principal motivo seria o amplo uso da rede pelos cidadãos russos para acesso a materiais proibidos por lá.
Os responsáveis taxaram a atitude como censura e pediram apoio da comunidade para manter pontes e vetores de acesso funcionando. De acordo com os administradores da rede Tor, 15% de seus usuários são da Rússia, que constitui a segunda maior base de utilizadores da plataforma, atrás apenas dos Estados Unidos, com 21%. Eles apontam o sistema como uma ferramenta importante para a liberdade de expressão e citam o banimento imposto pelo governo como repressão.
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A medida é, também, mais um capítulo de uma série de suspensões que vinham acontecendo desde o começo de dezembro. Na última semana, começaram a surgir os relatos de que operadoras de internet estariam impedindo o acesso de assinantes ao site oficial da rede Tor e já se suspeitava que um pedido do governo seria o responsável; agora, veio a resposta oficial, com o Roskomnadzor, entidade estatal que regula as comunicações, mídia e tecnologia no país, afirmando que o bloqueio aconteceu porque a página fomenta o uso de ferramentas para dar acesso a conteúdo ilegal.
Em publicação oficial, feita apenas horas antes de o governo da Rússia oficializar o banimento, os administradores da rede Tor pede que os usuários interessados passem a servir como “pontes” que permitam a continuidade do uso do sistema pelos cidadãos russos. O temor é que o sistema pare de funcionar, devido ao alto número de conexões, e também o fato de que a infraestrutura disponível ainda não funciona em todo o território.
Os administradores também demonstraram preocupação quanto à presença de pontes que não suportam protocolos de ofuscação e, sendo assim, poderiam expor a conexão dos usuários ao governo do país. Eles comemoram o sucesso do chamado inicial, que tinha 200 pontes como meta e obteve 400, mas apontam que o trabalho está longe de terminar, principalmente agora que o governo russo expôs claramente sua postura de banir a rede Tor do país.
Outros pedidos à comunidade incluem a busca por tradutores, que possam localizar guias de acesso, tutoriais e navegadores ao idioma russo, assim como a realização de testes com aplicativos que revelam bloqueios aplicados por operadoras de telefonia a sites e ferramentas de privacidade. Além disso, o clamor é por organização social que repudie a medida de censura da Rússia e peça o restabelecimento do Tor no país.
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