Geral Esporte

Em 5 anos no Palmeiras, Galiotte teve críticas, acertou finanças e apoiou Leila

Por Da Redação

20/11/2021 às 10:08:32 - Atualizado há

Com Galiotte, o time conquistou quatro títulos: Campeonato Brasileiro em 2018, Paulistão, Libertadores e Copa do Brasil na temporada passada. Por outro lado, sai sob críticas de torcedores incomodados com a ausência de reforços importantes nos últimos anos. Há quem diga que ele poderia ter sido mais assertivo em sua gestão, especialmente nos momentos de crise.

Como é candidata única na eleição, Leila Pereira precisa somente obter mais de 50% dos votos para se tornar a primeira presidente mulher da história do Palmeiras. Se houver mais do que 50% de votos brancos ou nulos, o pleito será anulado e outra assembleia geral será convocada nas 48 horas subsequentes para, em 15 dias, realizar uma nova eleição com a mesma chapa que concorreu na assembleia anterior. Se ainda assim não obtiver a aceitação mínima por parte dos associados, um novo processo de inscrição de chapas deverá ser realizado.

Caso se confirme a previsão, Galiotte passa o bastão para Leila no dia 15 de dezembro, quando a nova presidente toma posse oficialmente. Até lá, há o período de transição. Antes disso, o dirigente ocupa os últimos dias de seu segundo mandato na posição mais proeminente do clube e espera que o Palmeiras ganhe mais um troféu em sua administração. No dia 27, em Montevidéu, o time enfrenta o Flamengo na decisão da Libertadores.

5 ANOS - Formado em administração de empresas, Maurício Galiotte é sócio do Palmeiras desde 1978. Foi atleta de futsal e do futebol na base entre 1979 e 1987 e elegeu-se para o Conselho Deliberativo em 2004. Foi diretor e vice-presidente de Paulo Nobre até chegar à presidência em 2016, ganhando um pleito sem concorrentes. Atuou para ampliar de dois para três anos o mandato presidencial e se beneficiou dessa reforma estatuária, já que venceu a eleição seguinte para ocupar por mais três anos o cargo máximo do clube alviverde.

Galiotte se orgulha de o Palmeiras ter obtido, sob sua gestão, recordes de faturamento, se aproximando de R$ 700 milhões em 2018. No ano passado, como todos os clube, o Palmeiras foi impactado pela pandemia de covid-19, com os estádios fechados e um período sem jogos. Até por isso, fechou 2020 com um déficit de R$ 150 milhões. No entanto, até o fim de setembro, a agremiação registra um superávit acumulado no ano de cerca de R$ 83,5 milhões. Ele sempre contou com o aporte anual da patrocinadora.

O clube se manteve saudável financeiramente graças a acordos com atletas para redução dos salários, às premiações referentes aos três títulos que a equipe conquistou e à austeridade financeira implementada pela diretoria, que decidiu mudar a prioridade após a saída do diretor Alexandre Mattos ao abrir mão de contratações vultosas e dar oportunidades para os jovens oriundos da base.

"Tivemos uma redução de receita em valores altíssimos, de maneira que foi muito complicado gerir o clube com a receita muito menor", diz Paulo Buosi, vice de Galiotte, em entrevista ao Estadão. Ele também integra a chapa de Leila e, confirmando a eleição da empresária, será o único remanescente entre os membros da nova diretoria. Um dos maiores legados dessa gestão, na avaliação de Buosi, é a valorização das categorias de base, que revelou jovens como Renan, Patrick de Paula, Gabriel Menino, Danilo, Wesley e Gabriel Veron.

"Praticamente dobramos o investimento que até então estava sendo feito na base. Aproveitamos muitos jovens no elenco e ficamos felizes com os resultados. Há vários outros que ainda podem vir", observa.

Galiotte sempre ressaltou que seu desejo era entregar o clube com as finanças no azul para o seu sucessor e diz ter pagado R$ 300 milhões em dívidas de gestões anteriores. Enfrentou críticas de boa parte da torcida pela ausência de reforços, especialmente neste ano, depois que o time comandado por Abel Ferreira amargou vices consecutivos. Até mesmo o treinador português criticou publicamente a diretoria por não ter trazido os atletas que pedira. Em protestos, membros da principal torcida organizada, a Mancha Alviverde, até chegaram a chamá-lo de "banana". A crítica era motivada pela maneira como o mandatário conduzia o clube, sem o "pulso firme" que eles entendiam ser necessário.

"Pagamos R$ 300 milhões de dívidas de gestões passadas. Muitas vezes não fazemos contratações porque queremos pagar em dia. Como palmeirense, também gostaria de reforços de ponta. Mas somos responsáveis. O Palmeiras não termina na minha gestão", justificou o presidente em entrevista recente à Band.

Galiotte, que é conselheiro vitalício, e os membros da diretoria consideram que foram capazes de fortalecer "a marca" Palmeiras e entendem que Leila, caso eleita, vai comandar um clube reestruturado e mais organizado do que havia encontrado o atual mandatário. "A preocupação sempre foi continuar com o Palmeiras equilibrado, honrar compromissos e manter o Palmeiras forte. Não existe um projeto bom apenas para aquele dia, aquele ano, aquela gestão. Nosso compromisso é ter um Palmeiras cada vez melhor por longos anos", avalia Buosi.

DESAFIOS - Leila, provável sucessora de Galiotte, terá alguns desafios no comando do clube para além de manter o equilíbro financeiro e o time competitivo, disputando títulos, o que acontece sucessivamente desde 2015. Ao assumir o cargo mais alto da agremiação, terá de reaproximar o torcedor do time. E isso passa por baixar o preço dos ingressos, fortalecer o programa de sócio-torcedor Avanti e até mesmo desfazer o bloqueio policial nos arredores do Allianz Parque.

Quanto ao elenco, há a necessidade de definir a renovação ou não de alguns atletas, o principal deles é Felipe Melo, conversar com Abel Ferreira sobre sua permanência e trazer os reforços que o treinador português e os torcedores pediram. Há o entendimento de que a principal carência do plantel é a posição de centroavante, hoje ocupada por Luiz Adriano, que debochou da torcida e vem recebendo vaias e xingamentos há algum tempo. Sua situação está insustentável e é improvável que fique. Deyverson é o reserva, mas não agrada tecnicamente.

Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo
Acompanhantes GoianiaDeusas Do Luxo