O Brasil fechou a última semana, que encerrou no sábado (13), com surpreendentes 731 mortes registradas e 14.642 novos casos de Covid-19 em apenas um único dia. Somando os sete dias, entre dia 7/11 e 13/11, foram 1.834 óbitos e 79.519 casos
Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), apenas o estado de São Paulo registrou 519 mortes na contagem de sábado, o que significa 70% do total de registros.
Mas, o aumento de 446 mortes em relação ao dia anterior tem uma explicação: o represamento de dados em São Paulo em razão de falhas técnicas no acesso à base do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica (Sivep).
Com os registros atualizados, o estado de São Paulo teve uma taxa aproximada de 30% do total de óbitos no país nos últimos sete dias.
Hoje, segundo os dados do Conass, o país voltou à tendência de queda e contabilizou 61 mortes e 4.119 casos
Desinformação
O represamento dos dados no Sivep se dá na mesma semana em que o Governo do Estado de São Paulo veio a público informar que o estado passou um período de 24 horas sem ter nenhuma morte por Covid-19 registrada.
A Prefeitura de São Paulo, no entanto, contestou a fala de João Doria (PSDB) e declarou em coletiva na última quarta-feira (10) que a informação não era verdadeira.
A infectologista Regina Valim, docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), considera que o atraso nos registros de notificações é algo dentro da normalidade.
“Toda vez que a gente notifica um óbito, são vários itens que têm que ser avaliados corretamente. A limpeza do banco de dados leva um pouco mais de tempo e enquanto isso se dá essa falsa impressão”, aponta a médica.
Apesar disso, Valim reitera a importância de se manter as medidas de proteção contra a propagação do vírus, pelo menos enquanto a cobertura vacinal não for a ideal.
Hoje, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 59,4% da população completamente imunizada.
“A gente ainda não tem a pandemia completamente controlada. A medida que você começa a liberar o não uso de máscaras, o relaxamento das ações preventivas, há uma chance de ter aumento”, finaliza a infectologista.