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Contra a poluição no mar: família que está dando a volta ao mundo atraca em Salvador

Por Da Redação

05/11/2021 às 06:03:38 - Atualizado há

O veleiro Kart da família Shurmann usa energias limpas como a solar e a eólica

Todo fim de semana as praias de Salvador ficam lotadas de banhistas e vendedores. É tanta gente que mal conseguimos ver a areia. E quando essa multidão vai embora deixa para trás um rastro de garrafas, copos, canudos, pratos e tampas plásticas. Quando a maré sobe esse lixo vai parar no mar, onde os pedaços menores são engolidos por animais e os maiores são arrastados pela correnteza para áreas distantes.

A família Shurmann, que está dando a volta ao mundo promovendo ações e debates sobre os efeitos da poluição nos oceanos, está em Salvador e resolveu visitar uma praia, neste sábado (6). Há sete anos, eles estavam na Papua-Nova Guiné quando perceberam que as águas cristalinas de uma ilha estavam cobertas de garrafas, tampas e outros lixos que foram descartados de forma irregular e arrastados pela maré.

As imagens viralizaram nas redes sociais e eles resolveram fazer uma nova expedição, a terceira, para chamar a atenção do mundo para o avanço e os efeitos da poluição no mar. Desta vez, serão visitados 63 países. Em Salvador, duas praias terão ações de limpeza, a primeira neste sábado, mas os nomes não foram divulgados para evitar aglomerações.

Vilfredo Schurmann frisou que reduzir a poluição no mar precisa ser prioridade

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Natural de Santa Catarina, Heloisa Schurmann, contou que 70% do lixo nos oceanos são descartados nos continentes e contou que mudanças na rotina fazem a diferença. O principal objetivo deve ser reduzir a produção de resíduos sólidos. Ela citou como exemplos, usar garrafas e sacolas retornáveis e evitar alimentos que têm embalagens plásticas, substituindo por in natura ou biodegradáveis.  

“A mudança de atitude das pessoas é o que vai fazer a diferença. O lixo que está nos oceanos começa em casa. Por mais que exista a intensão de descartar corretamente só 9% dele é de fato reciclado. Então, ele vai parar em lixões e nas praias da nossa cidade. São pequenas ações que podem ajudar, como trocar sabonete em líquido por em barra ou comprar embalagens que sejam reutilizáveis”, afirmou.

A expedição integra o projeto Voz dos Oceanos, um movimento mundial de combate à poluição plástica, e tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Além da visita às praias, o Farol da Barra, Elevador Lacerda e Elevador do Taboão serão iluminados de azul – uma referência ao projeto e ao Novembro Azul. Haverá também ações com o Olodum,

Escultura de Bel Borba com 4,5 metros está na Bahia Marina

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Nesta quinta-feira (4), uma escultura de 4,5 metros foi inaugurada na Bahia Marina. Assinada pelo artista Bel Borba, a obra é o resultado do projeto “Arte de Salvar Oceanos”, desenvolvido por 350 crianças. Houve também uma apresentação no evento Welcome Tomorrow Experience – que discute tecnologia e sustentabilidade.

O Veleiro Kart usado pela família faz uso de energia limpa (eólica, hídrica e solar), tem geradores de baixo consumo e sistema de tratamento de esgoto. O barco possui uma composteira para tratar o lixo orgânico e um compactador para armazenar o lixo reciclável. Vilfredo Schurmann frisou que reduzir a poluição no mar precisa ser prioridade nas pautas do poder público e da iniciativa privada porque os efeitos dessa degradação já estão sendo sentidos por todos.

Família Schurmann viaja pelo mundo em veleiro

(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

“Antes, nos chamavam de ecochatos e, agora, o mundo está vendo o que está acontecendo. Tem muito plástico nos mares. Os peixes estão se alimentando disso e a gente se alimentando dos peixes. É uma questão que já está interferindo no clima, que é regulado pela temperatura dos oceanos. Os feitos negativos estão afetando todos nós”, disse.

Depois de Salvador, a família seguirá para Recife (PE) e Fernando de Noronha (PE). Na sequência, Voz dos Oceanos se dirigirá para o Caribe e costa atlântica dos Estados Unidos. A estimativa é concluir a viagem sem setembro de 2023, na Nova Zelândia. A expedição tem patrocínio da Corona (Ambev), Kaiak (Natura), Faber-Castell e Sabesp.

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