Geral Segurança

Delegado ouve testemunhas de explosão em estande de tiro; clube não teria alvará de funcionamento

Por Jornalista Luciana Pombo

23/06/2021 às 12:58:09 - Atualizado há

Segundo Chohfi, pelas imagens do estande entregues ao Deam, foi possível constatar, preliminarmente, que o incêndio ocorreu em razão da utilização de um artefato de fumaça, que foi lançado dentro do estande de tiro durante um treinamento tático. O vídeo mostra ainda os momentos dos disparos de arma de fogo.

O estande é um local bastante confinado, de acordo com as imagens verificadas, afirma o delegado. Segundo ele, o estande de tiro e o clube não teriam alvará para funcionamento.

“Isso está sendo levado em consideração no inquérito, além da atitude dos instrutores que estavam praticando os atos no momento”, revela Chohfi.

O Deam está ouvindo as testemunhas do acidente no estande. Entre eles, o proprietário do clube de tiro e o irmão dele, outras pessoas que estavam na área externa no momento da explosão e os alunos taiwaneses, que recebiam treinamento no local.

“Os dois empresários serão ouvidos por precatória, em São Paulo, assim que deixarem o hospital”, adianta o delegado responsável pelo caso.

Esfera criminal

Com a morte de Kaliberda, as investigações podem seguir para a esfera criminal, segundo Chohfi havia adiantado no sábado, em entrevista à Banda B, quando falou sobre o caso de haver alguma vítima fatal.

“Podemos ter ali um incêndio culposo, um incêndio doloso, uma lesão corporal dolosa”, disse na ocasião.

A Delegacia aguarda o laudo da criminalística, para confirmar o que iniciou o incêndio e a possível explosão no estande.

“Não podemos descartar nenhuma hipótese. Em princípio o estande e o clube estavam irregulares e estamos verificando agora se a granada lançada foi realmente o que causou todo esse estrago e as vítimas.”

Vítimas em estado grave

O sargento Mauricio Kaliberda, um dos instrutores que participavam de um treinamento tático no local, morreu na noite desta terça-feira (22). Ele estava internado no Hospital Evangélico com 50% do corpo queimado.

Sargento Mauricio Kaliberda, 57 anos.
Foto: Reprodução.

A cabo Katia Regina Queiroz Bueno, de 56 anos, permanece na UTI do Hospital Evangélico. Ela teve 75% do corpo queimado.

Outros dois homens, empresários taiwaneses, de 27 e 30 anos, também tiveram queimaduras e estão internados no Hospital do Trabalhador. A família não libera a divulgação das informações.

Outro lado

No dia do acidente, a Banda B conversou com o advogado do estabelecimento, Marluz Dalledone. Ele citou o uso de um artefato de fumaça de maneira inadequada no local, o que, no entendimento da defesa, retiraria a responsabilidade do estande de tiros em relação ao caso.

“A empresa lamenta muito o ocorrido. Tratou-se de um acidente, uma fatalidade que aconteceu. Que a empresa não concorreu de qualquer forma. Ainda estão sendo investigadas as circunstâncias desse acidente, mas tudo indica que aconteceu por conta de o uso de um artefato de bomba de fumaça que não deveria ser usado naquele ambiente. As apreensões que Polícia Civil fez estão apontando nesse sentido”, explicou Marluz Dalledone, advogado do estande de tiros.

“Os responsáveis pela empresa, não concorreram de nenhuma forma para este episódio, não tiveram nenhuma responsabilidade enquanto a isso”, completou.

A reportagem da Banda B está tentando entrar em contato com Dalledone, para repercutir a informação do Deam, sobre a falta de permissão do estande e do clube para funcionamento.

Alerta

O delegado Chohfi aproveita para fazer um alerta.

“Importante que esse caso sirva de exemplo para os demais clubes de tiro, que ainda se encontram com irregularidades, principalmente em relação aos alvarás necessários, como Bombeiro, Deam, Exército e Prefeitura.”

Vídeo

Veja o momento em que a mulher pega um artefato alguns segundos antes da explosão e o início da fumaça no estande de tiros.

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