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Radiotelescópio pode detectar naves alienígenas autorreplicantes �- se existirem

Por Da Redação

18/10/2021 às 20:44:29 - Atualizado há

Em 1964, o astrofísico soviético Nikolai Kardashev propôs um método matemático para medir o grau de desenvolvimento tecnológico de uma civilização, independentemente do lugar no universo ela esteja estabelecida. Agora, um novo estudo sugere que o radiotelescópio FAST, da China, conseguiria detectar algumas das civilizações classificadas na escala Kardashev — se elas existirem.

De acordo com Zaza Osmanov, da Universidade Livre de Tbilisi, na Geórgia, o maior radiotelescópio do mundo poderá detectar a radiação de determinadas tecnologias alienígenas. Para isso, ele aliou a escala Kardashev e a ideia das sondas de von Neumann — uma espaçonave hipotética autorreplicante, projetada para investigar um alvo no universo e transmitir as informações obtidas de volta para quem as enviou.

Para chegar a essa conclusão, Osmanov trabalhou nos dois conceitos: sondas de von Neumann e escala Kardashev. No primeiro, ele deduziu que as espaçonaves certamente emitiriam uma determinada radiação no espectro eletromagnético, e estimou o tipo de radiação com base nos perfis de emissões térmicas e eletromagnéticas de qualquer “enxame” de máquinas.

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(Imagem: Reprodução/ELG21/Pixabay)

Alguns pesquisadores alegam que, se uma civilização tecnológica existir por tempo o suficiente, provavelmente aprenderá a criar máquinas autorreplicantes. Então, é possível que elas estejam investigando o universo, talvez em nossa própria galáxia, rica em estrelas semelhantes ao Sol. Por outro lado, se naves de von Neumann alienígenas existirem mesmo, podemos determinar o nível da civilização que as criou na escala Kardashev.

Originalmente, a escala Kardashev apresenta três níveis: a capacidade de aproveitar toda a energia potencial de um planeta, de uma estrela, e de uma galáxia. A humanidade se encontra ainda em uma pontuação inferior ao primeiro nível, já que ainda não conseguimos aproveitar todo o potencial de energia da Terra. Obviamente, ainda não podemos criar máquinas autorreplicantes.

Uma civilização do tipo II, no entanto, já poderia criar sondas de von Neumann, que por sua vez emitiriam uma certa radiação à medida que avançam pela galáxia em busca de algo interessante para reportar ao seu “planeta natal”. Tais naves provavelmente começariam a se expandir, usando todos os recursos disponíveis nos asteroides, luas e mundos por onde passassem, focando em sua própria reprodução. Isso poderia ser perigoso para a Terra, por sinal.

E, bem, de acordo com o estudo de Osmanov, seríamos pelo menos capazes de ver essa ameaça a caminho. Com alguns cálculos e suposições simplificadas, o pesquisador concluiu que as sondas de von Neumann seriam visíveis no espectro de rádio, mais especificamente no meio do espectro detectável pelo FAST. Em outras palavras, o radiotelescópio chinês poderia descobrir essas naves alienígenas, dependendo da distância.

(Imagem: Reprodução/Thomas Budach/Pixabay)

Para tentar calcular as distâncias detectáveis, Osmanov fez outras suposições simplificadas, calculando coisas como a potência máxima de saída esperada de acordo com o nível de Kardashev que a civilização atingiu. Por exemplo, uma civilização Tipo II teria um limite na emissão de radiação do seu “enxame” de naves de Von Neumann. Esse limite é a própria quantidade de energia que a civilização pode obter em seu nível: a energia de uma estrela.

Já uma civilização de nível III teria sondas autorreplicantes capazes de emitir radiação equivalente à energia de uma galáxia. Existem outras propostas de níveis para a escala Kardashev, como civilizações capazes de utilizar a energia de todo um universo, de multiversos e até mesmo civilizações que poderiam vir de fora do espaço-tempo, com poderes “divinos”.

O resultado dos cálculos mostra que o FAST pode detectar um enxame de robôs autorreplicantes dentro de um raio de 16.000 anos-luz, no caso de civilizações do tipo II, e uma bolha de 400 milhões de anos-luz, para civilizações do tipo III.

O artigo de Osmanov está disponível no arXiv e aguarda revisão de pares.

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Fonte: Canal Tech
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