Existem várias formas de construir um bom suspense. Por muito tempo, o cinema acreditou que bastaria colocar algum elemento sobrenatural e pronto, mas a verdade é que o gênero é muito mais amplo do que isso. É um assassino à solta, um crime mal resolvido ou mesmo aquele fenômeno bizarro e mal explicado que te tira o sono só de pensar. Um bom suspense parte da tensão que é construída em paralelo ao seu mistério.
E a HBO Max tem um catálogo de peso do gênero, contando com algumas produções bastante clássicas e memoráveis até hoje. Com tramas envolventes e reviravoltas imprevisíveis, são histórias que merecem ser conferidas ou revisitadas — afinal, sempre há um segredo que passa despercebido em um primeiro olhar.
Assim, para ajudá-lo a escolher qual vai ser o motivo das suas unhas roídas, o Canaltech listou os melhores filmes de suspense para assistir na HBO Max.
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Que tipos de segredos um colega de infância pode trazer à tona depois de décadas separados? É a partir desse questionamento que O Presente se desenrola, mostrando como brincadeiras da época de escola podem trazer consequências para a vida toda, a ponto de destruir tudo o que você ama e mostrar ao mundo que você não é quem aparenta ser.
O filme estrelado por Rebecca Hall e Jason Bateman parte dessa proposta para criar o seu suspense. Ao reencontrar um velho colega de escola, o casal recém-casado passa a receber presentes estranhos em sua casa e é confrontado com um segredo que o marido carregou por toda a vida. E isso vai abalar o relacionamento, principalmente quando a esposa percebe que simplesmente não conhece o homem com quem casou.
O Presente é um belo exemplo de como o suspense não precisa de elementos sobrenaturais para ser tenso e que nos lembra como nossas vidas podem ruir por muito pouco.
Poucas coisas nos deixam mais nervosos em um filme do que uma ameaça que pode nos atingir na vida real. É por isso que O Quarto do Pânico é tão eficaz na hora de construir seu suspense, já que qualquer um de nós poderia estar naquela situação com relativa facilidade.
Na história, mãe e filha acabaram de se mudar para um novo apartamento, quando o imóvel é invadido por criminosos. Para se proteger dos bandidos, elas se escondem em um quarto do pânico — um cômodo praticamente inviolável que as deixa isoladas do mundo exterior. O problema é que o alvo dos bandidos está justamente dentro dessa sala e elas precisam arranjar uma forma de escapar antes que eles consigam invadir.
A sequência do clássico O Iluminado pegou todo mundo de surpresa. O filme é mais inspirado no livro de Stephen King do que necessariamente no filme de Stanley Kubrick e se passa décadas depois da tragédia no Hotel Overlook, mostrando as consequências daqueles eventos na vida de Danny Torrance (Ewan McGregor). Só que a coisa parte para um caminho totalmente inesperado quando ele conhece um jovem que possui as mesmas habilidades extrassensoriais — o tal brilho.
É nisso que entra uma espécie de seita que caça pessoas como eles em busca de um caminho para a imortalidade. E é a partir dessa aliança entre Danny e sua nova amiga que ela vai ter que encarar essa nova ameaça e os fantasmas do passado.
Falando assim, parece uma salada enorme e confusa, mas é o tipo de suspense sobrenatural em que King se destaca e revisitar esse universo icônico da história do cinema é algo realmente imperdível.
Mas é claro que não poderia faltar um bom suspense sobrenatural em nossa lista, daqueles que flertam com o terror e te fazem se encolher em frente à TV. Aliás, o dispositivo é parte fundamental da história de Poltergeist e do imaginário de fantasmas que ele introduziu. Afinal, quem nunca morreu de medo quando viu uma televisão ligar sozinha ou ficar apenas em estática?
No longa, uma família é visitada por fantasmas que têm uma estranha preferência por se manifestar em objetos da casa. São cadeiras que se mexem sozinhas, copos que se quebram... Só que as coisas começam a evoluir até o ponto em que uma criança é engolida pela TV. E aí, o que fazer para se livrar desses espíritos da sua casa?
Outro suspense que flerta bastante com o horror, Hereditário é um dos filmes mais tensos dessa nova leva do gênero. Ao invés de monstros e pessoas morrendo dos jeitos mais violentos possíveis, o filme aposta na tensão psicológica e no sobrenatural para construir o medo e faz isso tudo muito bem.
Diante disso, a história é até relativamente simples, com uma família descobrindo os segredos de seus antepassados. Só que as coisas vão se tornando cada vez mais profundas e pesadas até saírem completamente de controle, de um jeito que a gente não espera.
O jornalismo marrom também rende um bom suspense, principalmente ao mostrar o que acontece quando a ética se torna a primeira vítima da ambição. O longa estrelado por Jake Gyllenhaal conta a história de um jovem que descobre como ganhar dinheiro filmando acidentes, incêndios, assassinatos e outros casos de polícia para vender as imagens a programas de TV. Só que a coisa rapidamente foge de controle.
Assim, o filme cria sua tensão ao apresentar como uma pessoa pode ser consumida por essa ambição sem escrúpulos e as consequências dessa caçada por tragédias.
Um clássico do cinema e da literatura, O Nome da Rosa recria o bom e velho mistério de assassinato em um contexto bem peculiar. Ao invés de colocar a morte em meio a uma cidade ou coisa parecida, o crime acontece dentro de um convento em plena Idade Média.
Assim, à medida que os monges começam a ser assassinados à véspera da visita do Papa, começa a corrida para descobrir o que está acontecendo. Enquanto parte dos religiosos acreditam que é obra do demônio para impedir o trabalho dos servos de Deus, um frei franciscano — vivido pelo lendário Sean Connery — desenvolve um verdadeiro trabalho de detetive usando a lógica para decifrar o crime.
O destaque aqui vai além do suspense em si, mas da excelente recriação da Idade Média e da atuação sempre fenomenal de Connery. É claro que a história original de Umberto Eco é maravilhosa, mas a sua transposição para as telas consegue manter o nível de clássico com facilidade.
Falando em assassinato, um dos filmes mais envolventes seguindo essa lógica de serial killer é Seven: Os Sete Crimes Capitais, protagonizado por Morgan Freeman e Brad Pitt. O longa acompanha dois detetives que precisam identificar um assassino que mata suas vítimas inspirado nos sete pecados capitais.
Como se isso não fosse bizarro o suficiente, a forma com que a história é contada e como esses crimes envolvem os personagens e o espectador tornam tudo ainda mais tenso — principalmente quando ele traz grandes reviravoltas em sua trama.
Aquela velha história de que “nada é o que parece” é um grande clichê no cinema de suspense, mas poucas coisas descrevem Ilha do Medo tão bem quanto isso. Dirigido por Martin Scorsese e estrelado por um Leonardo Di Caprio em excelente forma, o filme brinca com o espectador ao subverter todas as expectativas e criar reviravoltas simplesmente impossíveis de serem previstas.
Ambientada em 1954, em plena Guerra Fria, a história foca em dois detetives que são chamados para uma prisão psiquiátrica no meio de uma ilha para investigar o desaparecimento de uma paciente. Só que o misterioso sumiço rapidamente se torna algo ainda maior e você fica simplesmente sem fôlego quando descobre o que realmente aconteceu ali.
Impossível falar de suspense sem ter este que é um dos maiores ícones do cinema de todos os tempos. O Iluminado é, para muitos, a obra-prima de Stanley Kubrick — e com razão, já que o filme consegue exprimir toda a sua tensão apenas a partir da atuação de Jack Nicholson e na ambientação cada vez mais claustrofóbica daquele hotel isolado na neve.
O curioso é que, embora inspirado no livro homônimo de Stephen King, o filme segue por caminhos bem diferentes. Tanto que ele trata muito menos de eventos paranormais e entidades extrassensoriais e cria uma história que caminha em direção ao terror sendo assustadoramente humana. Afinal, tudo se resume a um homem que simplesmente enlouquece.
Essas mudanças desagradaram King a ponto de fazer com que o autor quisesse outra adaptação de sua obra. Só que O Iluminado de Kubrick é tão icônico e marcante que a outra versão foi completamente esquecida da memória do público.
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