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Prêmio Nobel reflete falta de representatividade na ciência

Por Da Redação

11/10/2021 às 21:53:41 - Atualizado há

Nos dois casos, e em muitos outros, mulheres foram vistas como meras assistentes dos homens responsáveis pelas descobertas – mesmo tendo participação fundamental. No caso de Marie-Curie, seu marido e colega de trabalho exigiu sua presença na lista. Já com Rosalind foi diferente: seus colegas foram laureados, mas ela ficou de fora pois ela havia morrido e não são dados prêmios póstumos.

A história de Alan Turing, importante desenvolvedor da ciência da computação, da inteligência artificial e do possível primeiro computador, foi contada pelo cinema e premiada pelo Oscar, mas esquecida pelo Nobel. As descobertas de Turing ajudaram a vencer o nazismo e livrar a humanidade da besta preconceituosa, mas não venceu o preconceito na Inglaterra pelo fato de ser LGBT.

O preconceito no Nobel também ocorre por questões políticas. Faz certo sentido que países economicamente avançados, que investem mais em ciência, tenham mais premiados. Mas ficam algumas questões que talvez qualquer pessoa entenda antes de alguns cientistas importantes:

Por que a China, atualmente um dos países que mais desenvolve a ciência e tecnologia, tem poucos premiados? Por que Barack Obama e políticos israelenses ganharam o Nobel da Paz mesmo autorizando e dando ordem ao bombardeio de pessoas inocentes na Palestina e no Oriente Médio? Porque países pobres da América Latina, África e Ásia tem a maioria dos prêmios em literatura e paz, sendo muitos por lutarem contra governos adversários dos EUA e da Europa?

Outro bom exemplo é o caso do Brasil que é conhecido por não ter nenhum prêmio Nobel – embora exista sim um vencedor brasileiro em Medicina e Fisiologia. Nunca tivemos cientistas dignos de Nobel? Deixo alguns exemplos esquecidos pela A Real Academia Sueca de Ciências e a Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska e pelas instituições que fazem a escolha:

Até hoje Carlos Chagas é conhecido como um dos poucos cientistas a explicar todo o mecanismo de uma doença; Oswaldo Cruz, Emilio Ribas, Vital Brasil e Adolfo Lutz foram responsáveis por estudos importantes das doenças tropicais; Bertha Lutz foi a responsável por colocar as mulheres na Carta dos Direitos Humanos da ONU como contei aqui (https://averdade.org.br/2020/10/bertha-lutz-a-mulher-que-revolucionou-a-biologia-no-brasil/); César Lattes foi co-descobridor do méson-pi e indicado sete vezes ao Nobel, mas somente seu chefe recebeu o prêmio; Mário Schenberg fez importantes descobertas na física e astronomia; Johanna Döbereiner estudou a fixação biológica de nitrogênio que permitiu reduzir o custo e o preço dos alimentos em todo o mundo, Jorge Amado e Carlo Drummond de Andrade estão entre os mais importantes escritores do mundo.

Em mais de um século muita coisa mudou na ciência e na sociedade. Nas universidades do Brasil e do mundo as mulheres são maioria e contribuem para grandes descobertas, países antes atrasados desenvolveram a ciência e a tecnologia a níveis inimagináveis, negros(as) e LGBTs aos poucos assumem postos importantes em instituições científicas.

A ciência avança a passos largos e parece que a consciência da comunidade científica anda ainda mais rápido, quase na velocidade da luz, onde o tempo permanece quase parado e o Nobel parado no tempo

Fonte: A Verdade
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