PolĂ­tica

Estados e municípios querem mudanças na PEC dos Precatórios

Por Agência Câmara

05/10/2021 às 13:58:54 - Atualizado hĂĄ
Deputado Enio Verri discursa no PlenĂĄrio da CâmaraVerri questionou compensação de precatórios do Fundef com dĂ­vidas de outro setor


Representantes de estados e municĂ­pios pediram aos deputados da comissão especial que analisa a proposta de emenda à Constituição sobre parcelamento de precatórios (PEC 23/21) que façam algumas mudanças no texto.

Os precatórios são dĂ­vidas do setor pĂșblico reconhecidas pela Justiça. Boa parte é devida entre os próprios entes da federação.

Marialvo dos Santos Filho, representante do ComitĂȘ Nacional de SecretĂĄrios de Fazenda Estaduais (Comsefaz), disse que, em princĂ­pio, os estados são contrĂĄrios ao parcelamento. Mas pediu que, caso a PEC seja votada, a dĂ­vida dos estados e municĂ­pios com a União não seja obrigatoriamente compensada com os precatórios que a União deve a esses governos.

Segundo ele, é melhor que a compensação seja opcional; que abranja toda a dĂ­vida e não só o principal; e que possa ser desvinculada da origem dos precatórios. Isso porque a maior parte dos precatórios que a União deve aos estados é relacionada ao Fundef (antigo fundo que financiava a educação).

Para Marialvo Filho, seria mais interessante União e estados negociarem o tipo de dĂ­vidas que seriam compensadas.

O deputado Enio Verri (PT-PR), no entanto, questionou a possibilidade de compensar precatórios do Fundef com dĂ­vidas não relacionadas à educação. "Mas isso estĂĄ resolvido nos estados? O nĂ­vel da educação é bom o suficiente para que o dinheiro que não foi pago à educação, que ganhou na Justiça, não volte para a educação? Não me parece justo esse tipo de anĂĄlise."

Mesma regra
O representante do Comsefaz também pediu que sejam estendidas para os estados e municĂ­pios as regras que vão valer para a União no parcelamento.

A PEC 23/21 estabelece que os precatórios da União em 2022, cerca de R$ 90 bilhões, possam ser pagos 15% à vista e o restante parcelado em nove anos. O parcelamento atingiria precatórios acima de R$ 66 milhões e aqueles que, somados, ultrapassem 2,6% da receita lĂ­quida anual.

Para ele, a regra do limite da receita lĂ­quida também deveria valer para o pagamento dos precatórios dos governos regionais.

A assessora jurĂ­dica da Confederação Nacional dos MunicĂ­pios, Ana Carla Teixeira, disse que, pelas regras da proposta, o municĂ­pio de Cariacica, no CearĂĄ, que tem 61 precatórios, só teria um elegĂ­vel para parcelamento. Ela ressaltou ainda que a correção das dĂ­vidas pela Selic em vez da inflação, como previsto na PEC, pode prejudicar os governos locais.

O deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que é relator do Orçamento para 2022, defendeu a aprovação da PEC. "Cabe a nós muita responsabilidade, trazer ao texto constitucional algo que não fira os preceitos do direito adquirido, do trânsito em julgado, mas que dĂȘ conforto para que outras polĂ­ticas pĂșblicas possam ser executadas."

Ana Carla Teixeira lembrou que os precatórios vĂȘm sendo prorrogados desde a Constituição de 1988 e por sucessivas emendas constitucionais. E afirmou que, pelas regras da PEC em discussão, menos de 2% dos municĂ­pios se beneficiariam do novo alĂ­vio fiscal.

A audiĂȘncia desta terça foi proposta pelos deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) e Leonardo Picciani (MDB-RJ).

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