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Gênio da cidade baixa: aluno do IFBA é aprovado em curso de Geologia em universidade alemã

Por Jornalista Luciana Pombo

17/06/2021 às 05:04:25 - Atualizado há

Felipe Petilo sonha em estudar na Alemanha

Cria da cidade baixa, o estudante Felipe Petilo, 19 anos, que mora no Bonfim há 10 anos e residia antes nos bairros Caminhos de Areia e Jardim Cruzeiro, já tem até data limite para deixar o local o local, rumo a Hamburgo, na Alemanha. Formado no IFBA, onde e fez o ensino médio integrado ao curso técnico de Geologia, o jovem de família humilde foi convidado para ingressar no Studienkolleg Hamburgo, que faz parte de um dos programas de graduação mais respeitados quando o assunto é geologia.

Convite que deseja aceitar, mesmo depois de ser aprovado em primeiro lugar pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no mesmo curso da Universidade de São Paulo (USP), avaliado como um dos melhores do Brasil na área. E a mala poderia estar até pronta porque o estudante está mais que preparado. Além da seleção para o curso, Felipe, que é autodidata em línguas estrangeiras e já tinha fluência em inglês, espanhol, italiano e latim, acaba de conseguir a certificação de fluência em alemão, uma das exigências da universidade.

A única coisa que ainda impossibilita a ida do estudante para Europa são os custos da viagem, que ficaram ainda mais altos com a proibição de viagem direta do Brasil para a Alemanha por conta da situação da pandemia em território brasileiro, o que o fez abrir uma vaquinha nas redes sociais para arrecadar R$ 15 mil, valor referente a tudo que precisa para chegar em Hamburgo.

Vaquinha

A arrecadação, que começou no dia 14 e reuniu apenas 7% do valor. De acordo com o estudante, os custos não se limitam às passagens. “É um valor que não dá pra juntar com todos da família porque não é só o valor da passagem. Tem hospedagem, seguro de saúde que é obrigatório, inscrição na universidade, muita coisa”, conta Felipe. Ele precisará  fazer quarentena em um país que está aberto para o Brasil. 

Felipe explica que o ponto de parada já está definido caso consiga arrecadar o valor. “Vou ficar na Sérvia cumprindo quarentena porque é o mais barato entre países abertos. Só que as aulas começam no dia 9 de agosto e eu posso chegar, no máximo, até o dia 21 de agosto. Contando com o tempo da quarentena, precisaria sair antes do dia 6 de agosto”, explica ele, que afirma que, em um mundo ideal, a meta seria chegar no país antes das aulas começarem para não perder nada.


Seleção rigorosa

Apesar de complicada, a missão de arrecadar o valor está longe de ser a etapa mais difícil do processo de ingresso do estudante oriundo de escola pública, que teve a vida escolar e os projetos científicos avaliados, para ser convidado. “Pra fazer inscrição, você precisa ter a certificação de fluência no alemão e apresentar os documentos da escola traduzidos como notas e trabalhos, que eles analisam. Tem uma prova também, mas por conta da pandemia não tá rolando”, informa. 


Felipe não vai entrar diretamente na Universidade de Hamburgo e sim numa parte dela, que é o Studienkolleg, curso de um ano para estrangeiros. “É próprio para estrangeiros que passam um ano com ensinos de alemão mais avançado e outras matérias que ajudam a se situar no ambiente de ensino de lá”, conta Felipe, que depois desse ano, passará mais três anos na universidade.

A geologia entrou na sua vida quando foi estudar no IFBA. “Quando eu fiz a prova pra entrar lá, precisei optar por um curso técnico que a gente faz integrado ao ensino médio e acabei optando pela Geologia. A partir disso, eu me apaixonei pela área e vi como a coisa que eu queria fazer da vida”, relata. 


Importância do IFBA

Ao falar do local em que cursou o ensino médio e deu os primeiros passos no que um dia será sua profissão, Felipe diz que o IFBA foi fundamental para que ele desenvolvesse ainda mais gosto pelos estudos e chegasse onde está agora. "Eu já gostava de estudar antes, mas o IFBA me ajudou a estruturar muito isso, a ter contato com a ciência e ter contato também com projetos científicos, criar gosto pelo conhecimento. Foi uma base muito boa que aumentou minhas possibilidades de chegar onde eu queria", conta o estudante, que não economiza elogios para os professores e o ensino da instituição.

E o empenho dele não se limita a área da Geologia. Sem condições de pagar cursos de idiomas, Felipe aprendeu cinco línguas  em casa. “Normalmente eu via conteúdo pela internet, conversava com nativos por aplicativo de mensagens, assistia série nestes idiomas e lia muitos livros também, até de gramática mesmo”, ensina o jovem.

*Cob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro

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