Depois que as placas foram transferidas para a USP, os pesquisadores as juntaram como um quebra-cabeça para revelar o fóssil e realizaram uma tomografia computadorizada para encontrar os ossos dentro da pedra. Beccari e seus colegas começaram a estudar as peças em 2016.
A descoberta marcou a primeira vez que os pesquisadores estudaram um esqueleto quase completo, em vez de apenas o crânio, do T. navigans. Isso os permitiu reconstruir a aparência e comportamento da espécie quando viva.
"O indivíduo está muito bem preservado, com mais de 90% de seu esqueleto e impressões em tecidos moles da crista da cabeça e do bico queratinoso (uma estrutura semelhante à encontrada em pássaros, chamada rhamphotheca)", disse Beccari.
O esqueleto veio da Formação Crato, rica em fósseis, no nordeste do Brasil e foi datado de cerca de 115 milhões de anos atrás.
O pterossauro tinha um pescoço longo e os pesquisadores acreditam que ele passava a maior parte do tempo no solo em busca de alimentos como sementes e frutas e provavelmente não voava por longas distâncias.
"Este pterossauro tinha mais de 2,5 metros de envergadura e um metro de altura (40% disso é a crista da cabeça)", explicou o pesquisador. "Com uma crista de cabeça tão alta e um pescoço relativamente longo, esse animal pode ter ficado restrito a voos de curta distância."
Esses pterossauros tinham as adaptações necessárias para o voo, incluindo um notário, ou o osso que ajudava a proteger o tórax contra as forças criadas pelo movimento de suas asas. O pterossauro também tinha uma região desenvolvida de ancoragem muscular nos ossos do braço, de acordo com os cientistas.
"O esqueleto mostra todas as adaptações para um vôo motorizado, que o animal pode ter usado para fugir rapidamente de predadores", descreveu Beccari.
Além da grande crista na cabeça, o T. navigans também tinha uma espécie crista no queixo. Mais pesquisas são necessárias para entender como isso afetou o vôo do pterossauro.
"Este espécime nos permite entender mais sobre a anatomia completa deste animal e traz uma visão de sua ecologia", acrescentou.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês.)