Política Brizola

60 ANOS DA CAMPANHA DA LEGALIDADE.

Por Página Leonel Brizola

25/08/2021 às 17:18:03 - Atualizado há
Divulgação

Na tarde de 25 de agosto de 1961, o país sofreu um choque: para espanto geral, o presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo, alegando estar sob pressão de "forças terríveis". De acordo com a Constituição, seu vice, João "Jango" Goulart, assumiria a vaga. Mas os militares tinham outra ideia: Jango não tomaria posse. Eles eram os ministros Odílio Denys, da Guerra, Silvio Heck, da Marinha, e Grün Moss, da Aeronáutica.


No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, também trabalhista e cunhado de Jango, reagiu: a Constituição seria cumprida e Jango empossado. Convocou a Brigada Militar, armou voluntários, formou a Rede da Legalidade, empolgou os gaúchos e, logo, grande parte dos brasileiros. Os generais avisaram que, se Brizola não recuasse, o Palácio Piratini seria bombardeado. Naquele instante, o Brasil ingressava na antessala da guerra civil.


Então, Brizola desceu até os porões do Palácio do Piratiní, sede do governo gaúcho, onde montou e ligou o sistema de rádios. No rádio, foi anunciado e começou a discursar para o povo brasileiro, convocando os batalhões do exército e o povo às ruas para barrar o golpe. Declararam a Campanha da Rede da Legalidade, dedicada a assegurar, por política ou à força, a posse de João Goulart, como previsto em Lei.


Entre as questões abordadas pela Campanha da Legalidade está o fato de que, conseguindo apoio de diversos generais, do Exército do Rio Grande do Sul, dos trabalhadores de São Paulo e setores goianos, Brizola dispôs à população todo o armamento disponível.


Transformou também o palácio em uma barricada e convocou, no caso de mantimento do golpe, uma greve geral. Brizola fechou as escolas de Porto Alegre, mandou as crianças para junto dos pais e abonou qualquer falta dos trabalhadores do setor público.


Jango então vai para Brasília negociar com os militares. A proposta dos golpistas, para conciliar o golpe com a constituição, era que Jango assumisse com poderes reduzidos, em um sistema parlamentarista.


A contra-gosto, para impedir um banho de sangue no Brasil, Jango aceitou as demandas militares e assumiu a Chefia do Estado sem plenos poderes de Chefe de Governo (que passaram para Tancredo Neves, primeiro-ministro). Isso durou até 1963, quando um plebicito fez retornar o presidencialismo no país.


Brizola marcou o país pela campanha que conseguiu articular em nome da Resistência Democrática. Em 1964, quando Goulart leva um novo golpe, Brizola tentaria novamente iniciar a Rede da Legalidade, mas Jango o impede, para que não se iniciasse uma Guerra Civil no país. Contra ditaduras, Brizola sabia que isso significava se entregar ao autoritarismo e à barbárie. Ele estava certo.

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