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A volta triunfal do 'Cantor Mascarado', que já foi quadro no Cassino do Chacrinha

Por Correio 24 Horas

21/08/2021 às 07:11:39 - Atualizado há

Roberto Carlos como o cantor mascarado

Desde que estreou no dia 10 de agosto, na TV Globo, o The Masked Singer Brasil, comandado por Ivete Sangalo (dando show de apresentação), conquistou logo a primeira posição entre os programas do horário. Superou, inclusive, os jogos da Copa América.

The Masked Singer, ou 'O Cantor Mascarado', é um reality musical criado na Coreia do Sul e foi exportado para 40 países. Cantores se apresentam usando fantasias de corpo inteiro. Mas o público só descobre quem são a cada eliminação.

E logo na primeira apresentação o desmascarado foi o cantor Sidney Magal, que apareceu fantasiado de Dogão. Um sucesso. O cantor de músicas como 'Amante Latino' e 'Meu Sangue Ferve Por Você' ficou emocionado e dedicou a apresentação à sua primeira neta.

O segundo programa teve a apresentadora Renata Ceribelli, como "brigadeiro", eliminada.

Pioneirismo brasileiro
O que pouca gente sabe é que "O Cantor Mascarado" foi um quadro de muito sucesso nos anos 1960 a 1980 no programa Cassino do Chacrinha.

Com uma máscara simples cobrindo o rosto, o cantor mascarado se apresentava e o público tentava adivinhar quem era. Muitos nomes, desde astros chamados bregas como Lindomar Castilho, até o Rei Roberto Carlos, marcaram presença.

Claro que não tinha o glamour e a sofisticação do programa atual, no qual além da qualidade musical, as fantasias são um caso à parte.

Em 2017, no programa especial "Chacrinha, O Eterno Guerreiro", a Globo homenageou o centenário de nascimento do Velho Guerreiro, na figura do ator Stephan Nercessian, que deu vida ao grande comunicador brasileiro. E coube a Luan Santana reviver a presença de Roberto Carlos como o mascarado.

Ivete Sangalo no comando do The Masked Singer Brasil, sucesso de audiência (Foto: Isabela Pinheiro/ O Globo)

José Abelardo Barbosa de Medeiros, Chacrinha, nasceu em Surubim-PE, em 30 de setembro de 1917. Ali, no calor do sertão nordestino, se forjou um dos maiores comunicadores que a nossa TV já teve.

"O jovem Abelardo soube captar como ninguém a essência do povo brasileiro. Seus programas tinham tudo o que o brasileiro gosta: festa, música, dança, mulheres, barulho, gozação, riso, confusão...", analisou o blogger Danilo Nunes.

Um dos motivos do sucesso do The Masked Single Brasil é a participação de Ivete, que fez questão de não saber quem são os participantes. "Vai ser uma caixa de surpresas".

Opinião compartilhada com o jornalista baiano Carlos Borges, que mora nos EUA. Especialista em programas de TV, não só como produtor, também como estudioso, Carlos Borges, (jornalista e CEO da Fundação Focus Brasil) conversou com o Baú do Marrom de Fort Lauderdale, na Flórida, e enviou o seguinte depoimento:

Sidney Magal foi o primeiro cantor a ser desmascarado como o Dogão (Foto: TV Globo)

"Quando eu soube que Ivete seria a host do 'Cantor Mascarado' em sua nova e high-end versão (tudo muito bonito e bem produzido como era de se esperar do padrão global), não pude deixar de lembrar dos primórdios desta forma de atração que sempre encantou o público", iniciou Carlos.

"O povo sabe o que quer e quando é uma diversão simples, genuína e honestamente divertida – sem a artificialidade burra ou pior, a pseudo-intelectualidade ridícula que impera por aí – o resultado é sempre previsível: sucesso. Alcancei, como criança e adolescente, as versões do 'Cantor Mascarado' que, apesar de modestíssimas em suas execuções nos programas de Chacrinha e Silvio Santos, agitavam o auditório e a audiência pelo simples desafio do secular 'mistério' e o desafio da adivinhação", analisa, antes de concluir confiando na continuidade do sucesso do modelo.

"Sei que esse formato existe na TV norte-americana desde o início da própria, mas certamente esta versão que acaba de estrear com a baiana mais salerosa do pedaço, é, indiscutivelmente, a mais bem trabalhada e com mais pernas para durar muito tempo. O formato é sucesso garantido e, com Ivete, é até covardia para a concorrência. Chamar de 'breguice retrô' como a falida revista Veja, de passado lúgubre no desrespeito a tudo e a todos, é só a velha dor-de-cotovelo indisfarçada."

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